O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu, por meio de representação, investigação sobre a conduta de Renato Gomes como diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central (BC). A suspeita é de que Gomes teria agido para beneficiar o BTG Pactual.
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O documento cita duas decisões de Gomes envolvendo as liquidações dos bancos Econômico e Nacional e solicita a “adoção de medidas necessárias a conhecer e avaliar a regularidade das decisões administrativas” relacionadas aos processos “diante indícios de irregularidades relacionados a suposto favorecimento, interferência política e conflito de interesses”.
O texto, assinado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, detalha que “sob a gestão de Renato Gomes, foram encerradas as liquidações extrajudiciais dos bancos Econômico e Nacional, que se arrastavam desde a década de 1990”. “As decisões foram tomadas de forma célere, com pareceres favoráveis que permitiram ao BTG assumir o controle dessas instituições financeiras”, explica.
O subprocurador, então, aponta que “no caso do Banco Econômico, o processo foi concluído em apenas três meses, enquanto no Banco Nacional, em menos de um mês”. “De acordo com documentos das liquidações extrajudiciais, balanços dos bancos e relatórios do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as decisões transformaram bancos com passivos bilionários em entidades financeiras limpas, permitindo ao BTG explorar ativos valiosos, como créditos fiscais e títulos”, conclui.
A representação pede, além da avaliação da regularidade das decisões de Renato Gomes, investigação sobre o suposto favorecimento do BTG e a análise do impacto fiscal das operações para os cofres públicos, especialmente no que tange aos créditos contra a União. E, em caso de confirmação dos indícios, a adoção “de medidas cabíveis para a responsabilização dos envolvidos”.
Como mostrou o Metrópoles, Renato Gomes foi o diretor responsável pela análise da compra de parte do Banco Master pelo BRB. Gomes, na noite da última quarta-feira (3/9), encaminhou voto pelo indeferimento da operação e foi acompanhado pelos demais integrantes do colegiado.