Se você convive com um gato, já deve ter se perguntado: como é que esse bicho dorme tanto? A cena é conhecida — cochilo no sofá, soneca no sol, uma pausa na janela… Mas segundo a veterinária Giovana Mazzotti, especializada em felinos, o hábito não tem nada de preguiçoso. Muito pelo contrário: o sono prolongado é parte essencial da biologia e da estratégia de sobrevivência dos gatos.
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“Os gatos são animais extremamente ativos. Um gato de vida livre passa boa parte do tempo em busca de presas, caçando, defendendo território ou se reproduzindo. É uma atividade muito, muito intensa”, explica Giovana.
Segundo ela, ao contrário de animais que caçam em grupo, os gatos são caçadores solitários. Isso significa que precisam de muito mais tentativas para ter sucesso: “A cada 20 investidas, o gato consegue capturar a presa apenas uma vez. Então, ele gasta muita energia.”
E é aí que o sono entra. De acordo com a veterinária, para equilibrar esse gasto energético alto, o gato precisa de longos períodos de descanso. O padrão é diferente do humano: “É um sono picado. Ele não dorme 16 horas seguidas. Cochila, entra num sono mais profundo, desperta, toma água, se movimenta um pouco, volta a descansar. E isso pode acontecer tanto de dia quanto de noite”, diz a veterinária.
Depois de um momento de brincadeira, os gatos adoram buscar uma cadeira macia, um sofá quentinho ou o colo do tutor para tirar um bom cochilo
Apesar de serem naturalmente mais ativos à noite, os gatos domésticos acabam adaptando seus horários à rotina da casa. “Eles tendem a acompanhar o tutor. Se o tutor dorme à noite, é comum o gato aproveitar esse período para descansar também”, afirma.
O sono felino também tem outra função vital: a proteção. “Eles são predadores, sim, mas também são presas. Estão sempre alertas. Então, além do esforço físico, há um desgaste mental muito grande. É necessário recuperar isso”, destaca Giovana.
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Atenção! Os gatos podem dormir, mas precisam de estímulos
Segundo a especialista, é comum e saudável que um gato que tem uma vida ativa, mesmo dentro de casa, durma entre 16 e 18 horas por dia, alternando entre sonos leves e profundos. “Olha que delícia: em 24 horas, eles passam 16 dormindo”, brinca.
Por fim, a veterinária faz um alerta: mesmo os gatos que vivem exclusivamente dentro de casa precisam de estímulos físicos e cognitivos para manter esse equilíbrio. “Se a gente não oferece atividades, eles não conseguem suprir os cinco pilares das necessidades ambientais do gato”, conclui.