Um relatório elaborado pelo PT no Senado indica que a pauta anti-STF tende a ser usada como instrumento eleitoral nas eleições de 2026, com destaque para a formação de uma super bancada de senadores contra o Tribunal.
Segundo o estudo, “o STF emerge como eixo semântico do discurso”, sobretudo pela atuação do ministro Alexandre de Moraes. Casos como as prisões do 8 de Janeiro, o inquérito da fake news e a suspensão do X aparecem como pontos centrais da mobilização.
Leia também
-
Morre Luiz Felipe, advogado de réus do 8/1 que foi à OEA contra Moraes
-
Saiba quem é o advogado de réus do 8/1 vítima de mal súbito
-
Flávio Dino rebate governo Trump: “Mickey não mudará julgamento”
-
Eduardo Bolsonaro se manifesta sobre bandeira dos EUA na Paulista
O levantamento analisou 114 textos da direita, incluindo 31 pronunciamentos de senadores, 15 falas em atos públicos e 68 artigos de uma revista de viés conservador entre junho e outubro de 2024.
O relatório aponta que conceitos como “democracia”, “liberdade” e “Estado de Direito” são apropriados no discurso para “rotular o Tribunal como antidemocrático” e associar ministros a abusos de poder.
Além disso, identifica o uso de “linguagens religiosas, morais e patrióticas” em falas públicas, estratégia que amplia o alcance da narrativa.
“Monitoramento constante”
O estudo aponta o “risco de instrumentalização eleitoral dessa pauta de deslegitimação do STF nas eleições de 2026” e relaciona o discurso à articulação de pedidos de impeachment de ministros, críticas ao Legislativo por não reagir ao Supremo e temas de caráter moral e religioso.
Para o PT, o cenário exige monitoramento constante. “A sociedade e as instituições devem reagir às ameaças antidemocráticas, sob pena de verem agravada a erosão da confiança popular no sistema de Justiça e na própria democracia”, conclui o levantamento.