Ronnie Von, de 81 anos, passou por um dos momentos mais delicados de sua vida após ficar internado por 30 dias e passar por três procedimentos cirúrgicos, sendo duas no coração e uma na próstata. Em entrevista à coluna Fábia Oliveira, o apresentador falou pela primeira vez sobre o assunto e revelou detalhes do drama, destacou a importância do apoio da família e contou como encara a retomada do trabalho após o susto.
“Estou me sentindo vivo”, resumiu.
O apresentador descobriu uma arritmia grave de forma inesperada, durante um exame de rotina. “Eu estava ótimo, porque é assintomático, mas estava com essa arritmia cardíaca grave. Eu não sentia nada”, contou. O período de internação, no entanto, foi marcado por dores intensas e complicações. Ronnie relembrou a experiência como uma das mais difíceis de sua vida. “São dores insuportáveis. Cheguei a chorar de dor”, disse.
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Apesar das dificuldades, Ronnie Von afirmou que encontrou força na família: “Nada é mais forte, mais importante, mais verdadeiro que a família”, disparou.
Retorno às gravações
Agora, em fase de recuperação, Ronnie Vonn se prepara para retomar às gravações de seu programa nesta terça-feira (16/9). No entanto, será algo pontual e com restrições.
“O médico abriu uma exceção para eu voltar a gravar nesta terça-feira, porque já tinha sido desmarcado umas duas ou três vezes. Ele me deu uma série de recomendações, a Kika vai comigo, a produção sabe também… Vou precisar transitar pela emissora de cadeira de rodas, porque não posso caminhar, não posso fazer esforço”, explicou ele.
Confira a entrevista completa com Ronnie Von:
Ronnie, pode explicar o que aconteceu e quais foram as cirurgias que precisou realizar?
Eu estou fazendo um tratamento e a minha médica, doutora Nicole, me disse: ‘Ronnie, eu quero eu que você faça esses exames laboratoriais. Tinha um monte, uns 47… Inclusive alguns de imagem. Quando chegou no último, que era aquele ergométrico, o médico disse: ‘olha, é uma prática normal fazer um eletrocardiograma antes’ e ele fez. Mas ele disse que precisava de 140 bpm para eu estar completamente exausto para ele parar o exame e eu estava com 148 bpm em repouso. E disse: ‘eu vou chamar a ambulância’. Eu estava ótimo, porque é assintomático, mas estava com essa arritmia cardíaca grave. Eu não sentia nada. Fui para o hospital.
Cheguei lá, meu médico já estava me esperando, me internaram e fiz o procedimento chamado cardioversão. Fiquei legal. Me deram alta três dias depois e fui para casa. Chegando em casa, o médico disse que precisava que eu fizesse o holter, por protocolo. De novo, um outro tipo de arritmia, diferente do que tinha sido consertado anteriormente. Voltei para o hospital para fazer a cirurgia. Foi um pós cirurgia horrorosa, demorei para acordei, pesadelos, foi muito ruim. Mas o pior de tudo foi que, como eu estava com bexiga muito cheia, eles resolveram drenar a urina na mesa de cirurgia para continuar, mas colocaram uma sonda na uretra e, como eu tenho hiperplasia de próstata, forçaram a barra e acabaram atingindo a próstata. Quando acordei, urinei sangue.
A coisa foi melhorando até a hora que ficou clara a urina, depois de 10 dias, com sonda, com um monte de coisa… Horrível. Fizeram de novo outra cirurgia, dessa vez, na próstata. Com muito cuidado porque depois que voltei da segunda cirurgia tive um pico de pressão e suspeita de parada cardíaca. Fui parar na UTI, mexe aqui e mexe ali, e conseguiram normalizar a situação. Fiquei mais 10 dias e a coisa foi somando até chegar um mês. São dores insuportáveis. Cheguei a chorar de dor. Somou um mês de internação.
Como está se sentindo agora, após esse período tão delicado de cirurgias e internação?
Estou me sentindo vivo (risos). Me sentindo melhor. Qualquer coisa é melhor do que o hospital, embora ele vá consertar você. O procedimento que eles fizeram carece de um monte de coisa, eu estava cheio de fios ligado em uma central do hospital… Você não pode ir ao banheiro, tem que chamar todo mundo pra ajudar. É muito ruim. Hoje eu me sinto feliz porque não estou dependendo mais desse tipo de cuidado médico. Minha sensação é essa: alívio.
Você chegou a passar 30 dias no hospital. O que mais te deu força nesse momento?
Minha família, porque a Kika, a Alessandra e o Ronaldo, que não me deixaram um minuto sequer sozinhos. Nada é mais forte, mais importante, mais verdadeiro que a família.
Como foi o apoio da família, amigos e fãs durante sua recuperação?
Eu tive o apoio da família e de um querido amigo meu que é secretário de saúde do ABC Paulista, considerado um grande endocrinologista, Antônio Carlos Nascimento. Ele ia sempre me visitar. Outros amigos não ficaram sabendo… O Hospital não avisa também, é prática deles. Agora fãs, não tive apoio porque ninguém sabia dentro do hospital. Quando eu saí sim, eu avisei aos meus fã-clubes e aí tive apoio por parte dos fãs.
O que mudou na sua rotina de cuidados com a saúde depois desse episódio?
Posso ser sincero? Não mudou nada. A única coisa é que eu era um abstêmio em relação a água e, por recomendação médica, tenho que tomar bastante água para lavar a bexiga. Quando eu estava internado eram dois sacos de soro na veia. No momento em que eu deixei essa operação, eu passei a ter que tomar água normal, de forma natural como todo mundo. Agora o resto, não mudei nada, rotina é a mesma de sempre.
Qual é a expectativa para voltar a gravar depois dessa pausa?
O médico abriu uma exceção para eu voltar a gravar nesta terça-feira, porque já tinha sido desmarcado umas duas ou três vezes. Ele me deu uma série de recomendações, a Kika vai comigo, a produção sabe também… Vou precisar transitar pela emissora de cadeira de rodas, porque não posso caminhar, não posso fazer esforço. Então, é pra essa terça-feira porque já havia sido desmarcado. Não posso ficar um mês fora. A entrevista é com Pedro Bial. Mas o médico disse que só essa terça-feira, não mais. A recuperação dessa cirurgia é de um mês.
De que forma essa experiência influenciou o olhar que você tem hoje para o programa?
O programa é prazeroso pra mim. Existem duas coisas na vida quando você está fazendo seu trabalho: uma é a sobrevivência e o outro é a vida. Esse programa está longe de ser a minha sobrevivência, mas ele é a minha vida. Me sinto feliz, muito bem, consigo me alienar do mundo. É uma coisa prazerosa.
O afastamento fez você refletir de forma diferente sobre a carreira ou sobre a televisão?
Na verdade, não. Você passa por questões físicas que são normais. A reflexão é sempre de forma emocional, mas as dores que você sente, coisas mais físicas, não te levam a reflexões. Claro, eu tenho idade, já fiz muita coisa, já errei muito, tudo isso passa pela cabeça… Mas como é meu ofício, quando estou na TV me sinto sem trabalhar, me sinto bem.
Você já enfrentou muitos desafios na vida. O que aprendeu com essa fase recente?
Os desafios fazem parte da vida. O ser humano é desafiado todo o tempo. A vida não é uma coisa amena. O que acontece é que eu descobri que somos muito frágeis. O ser humano é muito frágil, embora não tenha consciência disso. Vivemos o presente, nos lembrando do passado, mas sem visão nenhuma do que será o futuro. Estou bem agora conversando com você, amanhã posso ter outra crise dessa e ir para outro espaço.
Que mensagem gostaria de deixar para quem está acompanhando sua recuperação e torcendo por você?
Tem um ditado que é quase um mantra: vaso ruim não quebra. Para quem está me acompanhando, eu sou um vaso inoxidável, como diz meu amigo Fausto Silva.
Agora a mensagem: eu acho que todos nós temos uma crença, uma religião, a fé em alguma divindade, ou não, não importa… Existe uma força muito maior: o amor. O amor é a mola mestra da nossa vida, é ela quem detém toda a força. E se você tem amor, dedica amor, não tem o motivo de algo dar errado.