Sim, finalmente aconteceu: Tarcísio de Freitas abraçou o bolsonarismo e deixou para trás o discurso mais moderado que tentava emplacar.
Mas foi em meio à manifestação de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista no dia 7 de setembro, que o governador de São Paulo decidiu “sair do armário”: discursou em defesa de seu aliado, adotou a narrativa bolsonarista e fez um apelo público pela anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. É tudo muito frágil, muito tênue. Como que nós vamos admitir uma condenação? […] Só existe um candidato para nós, que é Jair Messias Bolsonaro”, bradou Tarcísio
A postura de Tarcísio, vista como uma aproximação ainda maior ao núcleo bolsonarista, gerou reações no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi alvo de análise crítica de jornalistas, que debateram as possíveis consequências políticas dessa guinada.
Essa radicalização levanta a teoria de que ele está se tornando “mais bolsonarista que o próprio Bolsonaro”.
O movimento feito por Tarcísio pode prejudicar suas ambições políticas futuras, seja em uma possível reeleição para o governo de São Paulo ou em uma disputa pela presidência da República em 2026.
A avaliação se baseia na percepção de que a moderação política é crucial para conquistar o eleitorado mais conhecido como nem-nem, e o alinhamento total à pauta bolsonarista pode afastar essa parcela de eleitores.
O uso de uma bandeira americana gigante no ato, realizada por parcela dos bolsonaristas presentes, adicionou mais uma polêmica ao cenário: foi descrita como um “tiro na cabeça” do movimento, uma vez que contradiz a retórica nacionalista frequentemente usada pelos apoiadores de Bolsonaro.
O gesto, que foi interpretado como uma homenagem a Donald Trump e um apoio às sanções aplicadas por ele contra o Brasil, causou divisão interna no movimento e foi ridicularizado pelo governo Lula.
O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, afirmou que “reprova” o uso da bandeira e chegou a levantar a suspeita de que a ação foi uma “armação da esquerda” para desmoralizar o evento patriótico.
Por outro lado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro defendeu o gesto em suas redes sociais e agradeceu a Donald Trump.
Vai entender.