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    Técnico ou político? Quem é Renato Gomes, diretor do BC que vai decidir futuro do Master

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    Está marcada para o início desta semana uma reunião que pode ser determinante para a concretização da compra de parte do Banco Master pelo BRB. No centro dessa decisão está um personagem que, até então, poucas pessoas ouviram falar, mas se tornou protagonista de uma operação que deve movimentar bilhões do sistema financeiro.

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    O personagem ocupa um cargo técnico de segundo escalão, mas com poderes que superam os do próprio presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Renato Dias de Brito Gomes é o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, diretoria responsável por decidir e levar seu voto ao colegiado.

    Há três anos, Renato Gomes foi uma aposta de Roberto Campos Neto, então presidente do Banco Central. Carioca, Gomes não estabeleceu grande vínculo com a capital do país, e permaneceu longe dos holofotes.

    O posicionamento de Renato Gomes começou, naturalmente, a gerar curiosidade entre os agentes que acompanham a operação. Ainda mais diante de notícias que apontam um racha entre os diretores do Banco Central diante da operação.

    Há um grupo que atesta o histórico técnico de Renato, que é formado em economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), tem mestrado na mesma instituição e doutorado na Northwestern University, nos Estados Unidos, além de curso de livre-docência na Universidade de Toulouse, na França

    Mas há outra vertente de vozes que têm alertado sobre o comportamento do diretor em torno dessa operação que envolve interesses bilionários. Nesse caso, a dúvida gira em torno de uma questão de urgência. O Master enfrenta uma contingência de tempo que pode ser fatal para a permanência da instituição no mercado, o que repercutiria impacto para todo o sistema financeiro.

    Embora o assunto esteja na pauta do BC há 5 meses e a equipe técnica tenha feito inúmeros questionamentos e exigências, até hoje Renato não emitiu seu parecer sobre o negócio.

    Em dezembro, ele termina o mandato. E há quem diga que ele pode se despedir do BC sem ter levado o assunto ao colegiado, o que seria uma forma alternativa de brecar a operação mesmo sem opinar a respeito.

    Nos bastidores, há especulação de que Renato, depois de uma quarentena, já tem destino certo. Ele estaria de malas prontas para assumir um cargo em dos chamados “bancões”, que são os maiores opositores da transação envolvendo o Master e o BRB.

    Ouvido pelo Metrópoles, Roberto Campos Neto, padrinho de Renato, afirmou que “tempo no sistema bancário é importante” ao comentar a transação. Roberto Campos Neto completou: “Ainda mais quando uma instituição está sangrando, apesar de [eu] não saber se é ou não o caso específico. Mas tenho muita confiança de que vai levar o tempo necessário para o embasamento técnico”, afirmou.