A empresária Perinalva Dias da Silva está se recuperando após ficar em coma por 28 dias. Após tomar o famoso “soro a imunidade”, a baiana teve falência dos rins e fígado — o tratamento foi indicado por um médico anestesista que também atua como ortomolecular (uma especialidade não reconhecida pelo CFM). O coquetel de vitaminas e minerais aplicado por via intravenosa promete combater o cansaço excessivo do paciente.
Perinalva teve vários sintomas, incluindo urina escura, e ficou internada por sete meses em unidade de terapia intensiva (UTI) devido a uma hipervitaminose. A internação, que terminou em março, aconteceu em Salvador e ela vive em Brumado, também na Bahia.
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A empresária conta que, depois do período internada, foi diagnosticada com síndrome do confinamento, condição psicológica que se manifesta após longos períodos de isolamento. Os principais sintomas são medo, ansiedade, desorientação e dificuldade em retornar a atividades e interações fora de casa.
A hipervitaminose limitou os movimentos dos membros inferiores de Perinalva, que precisou de fisioterapia. “Tive que reaprender a andar novamente, como um bebê”, conta a mulher. Hoje, ela ainda apresenta dificuldades para caminhar.
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Perinalva ficou 28 dias em coma
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Atualmente, Perinalva ainda convive com sequelas
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Atualmente, a empresária faz uso de medicamentos para o controle da pressão arterial e prevenção de doenças cardiovasculares, além de remédios psiquiátricos. Sua rotina alimentar também é regrada. Perinalva ainda sente fraqueza e nunca mais conseguiu voltar ao trabalho.
“Minha vida acabou. Espero que as pessoas tomem cuidado para não serem a próxima vítima”, desabafa, em entrevista ao Metrópoles.
Riscos da hipervitaminose
Segundo a endocrinologista Érika Fernanda de Faria, apesar da importância de vitaminas, o organismo precisa de equilíbrio. Tanto o excesso quanto a falta dos nutrientes podem trazer prejuízos ao organismo.
“Um exemplo de hipervitaminose é a por vitamina D. Em grandes quantidades, ela pode levar à hipercalcemia. Esse quadro é grave e pode provocar insuficiência renal aguda, calcificação em tecidos fora dos ossos e até arritmias cardíacas que, em situações extremas, podem levar à morte”, diz a profissional do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília.
Em casos que a suplementação seja necessária, a médica alerta que ela deve ser feita com acompanhamento médico especializado. “Muitas vezes, uma alimentação variada, rica em frutas, verduras e acompanhada de boa exposição solar já garante níveis adequados de vitaminas”, explica.
Preferencialmente, suplementações vitamínicas devem ser feitas via oral. Vitaminas injetáveis ou endovenosas são recomendadas apenas em situações muito específicas e sob prescrição médica.
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