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    Arthur do Val é alvo de ação no MPF por fala sobre operação no RJ

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    A vereadora Amanda Paschoal (PSol) entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val, por comentários sobre a megaoperação que deixou ao menos 121 mortos no Rio de Janeiro.

    Em transmissão ao vivo, na quarta-feira (29/10), o político e militante de direita afirmou que uma geração de jovens foi sacrificada por mães “que não souberam escolher seus parceiros e criar seus filhos”.

    “As mães de criminosos organizados, com todo respeito, falharam enquanto mães. Vocês vão me desculpar. Eu não sei se foi porque você não soube escolher o seu parceiro, se você escolheu talvez o famoso ‘moreno alto com cara de bandido’ que lhe abandonou, eu não sei, mas você falhou como mãe”, disse Arthur do Val.

    O ex-deputado também alegou que poucos pais foram vistos lamentando a morte dos filhos porque estão presos, abandonaram a família ou não são conhecidos.

    10 imagensMegaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando ao HGVMegaoperação no Rio de JaneiroDurante operação Contenção da polícia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia CivilDurante operação polícia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia CivilPoliciais durante megaoperação no Rio de JaneiroFechar modal.1 de 10

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo2 de 10

    Megaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando ao HGV

    Gabriel de Paiva / Agência O Globo3 de 10

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo4 de 10

    Durante operação Contenção da polícia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia Civil

    Fernando Frazão/Agência Brasil5 de 10

    Durante operação polícia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia Civil

    Fernando Frazão/Agência Brasil6 de 10

    Policiais durante megaoperação no Rio de Janeiro

    Fernando Frazão/Agência Brasil7 de 10

    Durante operação Contenção da polícia contra o Comando Vermelho, inspetoras da Polícia Civil catalogam apreensão de drogas

    Fernando Frazão/Agência Brasil8 de 10

    Durante operação polícia contra o Comando Vermelho, bandidos ordenam fechamento de comércio e usam lixeiras incendiadas para bloquear a via na rua Itapiru, no Catumbi

    Fernando Frazão/Agência Brasil9 de 10

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Reprodução / Redes sociais10 de 10

    Megaopoeração contra o CV, no Rio de Janeiro

    Reprodução/Redes sociais

    Na representação, Amanda Paschoal pede que o MPF investigue as declarações com o propósito de responsabilizar Arthur do Val pela prática de racismo. Ela argumenta que as falas do influenciador, conhecido na internet como “Mamãe Falei”, representam discurso discriminatório e racista ao “reforçar estereótipos que historicamente associam a negritude, a pobreza e a desestrutura familiar à criminalidade e à marginalidade”.

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    A vereadora argumenta ainda que os comentários transferem a culpa da violência para famílias negras e responsabiliza as mulheres pela ausência de pais e trajetória dos filhos, enquanto exime o estado de sua responsabilidade.

    Além da investigação, ela pede que o ex-deputado e o canal responsável pela transmissão ao vivo sejam condenados por danos morais coletivos em montante superior a R$ 100 mil.

    O que diz Arthur do Val

    • Procurado pelo Metrópoles, Arthur do Val afirmou que “é lamentável que a imprensa tenha tido acesso aos autos antes dos próprios envolvidos, já que sequer fui intimado para me defender”.
    • O ex-deputado também questionou a cognição da vereadora e afirmou que, se ela encaminhou a representação à mídia, “fica claro que busca exposição, não combater o racismo”.
    • “Reafirmo que minha fala tratou de fatores sociais que levam jovens à criminalidade, mencionando a ausência paterna e a dificuldade de algumas mães em transmitir valores, sem qualquer referência à cor da pele ou a ‘famílias negras’. Essa narrativa é falsa: o tema sempre foi a realidade social das periferias, independentemente da cor de pele.”