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    Bebida adulterada: polícia apura uso de metanol para limpar garrafas

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    A Polícia Civil de São Paulo trabalha com uma linha de investigação de que a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol pode ter acontecido no momento da limpeza de garrafas, quando a substância seria utilizada para reciclar os recipientes e remover os resíduos de bebidas. Sem a higiene e o uso de água suficientes durante a limpeza, restos de metanol permanecem dentro das garrafas e causam a contaminação.

    A ação seria praticada por quadrilhas que vendem bebidas falsas, segundo a investigação. Criminosos coletam garrafas verdadeiras, descartadas ou vendidas por restaurantes e bares, para dificultar o reconhecimento da adulteração e vendem os recipientes para destilarias clandestinas. Nos locais, os recipientes são “limpos com metanol” e neles são introduzidos bebidas falsificadas — disfarçadas em uma garrafa original. O conteúdo, inserido em um recipiente contaminado por metanol, se mistura e é adulterado.

    A hipótese é uma das principais linhas de investigação da Polícia Civil. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), equipes têm feito operações diárias em vários locais para fiscalizar a venda de bebidas alcoólicas e rastrear a origem dos produtos falsificados.

    12 imagensEstabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolEstabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolEstabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolTorres Bar, na MoccaFechar modal.1 de 12

    Bar Beco do Espeto, no Itaim Bibi, que tem como sócio Igor Ferreira Sauceda, motorista do Porsche que perseguiu e atropelou um motociclista

    Enzo Marcus/Metrópoles2 de 12

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    Torres Bar, na Mocca

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    Villa Jardim, em São Bernardo do Campo

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    Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanol

    William Cardoso/Metrópoles

    Agentes verificam bares, adegas e distribuidoras em diferentes municípios, analisam a documentação e recolhem bebidas suspeitas para análise. Somente nesta semana, mais de 2.500 garrafas foram apreendidas.

    Número de casos e estabelecimentos fechados em SP

    Em meio a um aumento de intoxicações por bebidas adulteradas com metanol, o governo estadual de São Paulo já interditou nove estabelecimentos suspeitos de comercializar produtos adulterados, segundo último balanço da Secretaria do Estado da Saúde (SES), publicado na tarde dessa quinta-feira (2/10). O estado conta com 11 casos confirmados de intoxicação e registrou na última atualização o primeiro caso em Guarulhos, na região metropolitana.

    O balanço divulgado pela Secretaria da Saúde aponta que, até o momento, são 52 casos de intoxicação por metanol registrados no estado — 41 suspeitos e 11 confirmados. A pasta também informa que o número de mortes está em 6 — 5 em investigação e uma confirmada.

    Fechados cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal, os bares e distribuidoras estão localizados nos bairros Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca, e M’Boi Mirim, na capital, e nas cidades de Osasco, São Bernardo do Campo e Barueri, na Grande São Paulo. A ação faz parte do comitê de crise aberto pelo governo estadual, que interdita estabelecimentos com base em ocorrências de suposta venda de bebidas adulteradas.

    Veja números da intoxicação por Metanol em SP:

    Casos (52)

    • 1 morte confirmada;
    • 5 mortes sob investigação (sem contar confirmada);
    • 11 casos confirmados por intoxicação por metanol em bebida adulterada;
    • 41 casos em investigação de intoxicação por metanol (sem contar confirmados);

    Estabelecimentos interditados

    • 9 estabelecimentos interditados cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal.
    • Capital: Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca e M’Boi Mirim
    • Grande SP: Osasco (2) São Bernardo do Campo (1) e Barueri (1)

    Intoxicação por metanol

    Altamente inflamável e tóxico à saúde humana, o metanol, também conhecido como álcool metílico, é incolor e inflamável, com cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum. Utilizado na formulação de tintas, combustíveis e adesivos, o composto também aparece, em pequenas quantidades, no processo de fermentação de frutas e vegetais.

    Se consumido em grande quantidade, o composto químico pode causar cegueira e até ser letal. Por isso, segundo regulamentação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o limite permitido de metanol em destilados, em geral, é de 20 miligramas a cada 100 mililitros. Isso equivale, aproximadamente, a algumas gotas.

    Sem o uso da dose correta, no entanto, o composto é altamente tóxico à saúde humana. Em meio a uma série de intoxicações pelo consumo de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo, até essa quinta-feira (2/10), foram registradas 52 notificações de casos suspeitos. Do total, 11 já foram confirmados.

    Há também seis óbitos associados ao metanol no estado até o momento: um confirmado e cinco em investigação. No país, outras sete mortes seguem em investigação, conforme informou o Ministério da Saúde (MS).