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Casal mantém “filha de criação” como empregada doméstica por 20 anos

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Casal mantém “filha de criação” como empregada doméstica por 20 anos

A Justiça da Bahia determinou que um casal realize o pagamento de indenização de R$ 50 mil à filha de criação por manter a jovem como empregada doméstica durante 20 anos.

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A decisão publicada nessa terça-feira (7/10) pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) traz que a 1ª Turma da Corte reconheceu que uma mulher, levada ainda criança do interior de Salvador, não era filha adotiva de um casal. No entendimento dos ministros, a mulher fazia o papel de uma empregada doméstica.

Ainda cabe recurso sobre a decisão.

Linha do tempo

À Justiça, o casal disse que conhecia a menina desde cedo, pois visitavam Lamarão com frequência, e que a mãe dela entregou a menina alegando que a família passava fome.

Segundo os patrões, a “filha” era tratada com tal, no qual não precisava acordar cedo para fazer café, frequentava a escola, brincava e chegou a fazer um curso técnico de enfermagem pago por eles. Disseram ainda que o comportamento dela mudou em 2018, quando começou a namorar um vizinho.

O casal recorreu da decisão da primeira instância e o caso foi para a 1ª Turma do TRT-BA.

A relatora, juíza convocada Dilza Crispina, destacou que a prática de “adoção” de meninas do interior ou de periferias por famílias de centros urbanos, sob promessa de acesso à educação e mobilidade social, é comum no Brasil.

A magistrada manteve o reconhecimento do vínculo de emprego, reforçando que a menina nunca foi integrada à família como filha ou irmã. No entanto, considerou que o valor da indenização ultrapassava a capacidade econômica dos patrões e reduziu para R$ 50 mil. A decisão foi unânime quanto ao vínculo de emprego e por maioria quanto ao valor da indenização.

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