Um vídeo viralizou no Instagram por conta da relação entre sogra e genro. Na filmagem, a dupla desafia os estereótipos que costumam envolver esse tipo de relação enquanto brinca e se provoca lavando o quintal. O momento levantou questionamentos sobre a proximidade deles.
Entenda o que aconteceu
- No vídeo, o genro, Matheus, aparece escorregando no chão enquanto lava a garagem e o quintal ao lado da sogra, Lucien.
- Logo depois, começa uma perseguição, que culmina com Matheus transformando a sogra em um “esfregão humano”.
- Rindo, Lucien grita e apela: “Mateus! Eu sou a mãe da sua mulher”.
- A cena acumulou mais de três milhões de visualizações em menos de um dia.
- Nos comentários, os internautas levantaram questionamentos sobre a relação da dupla.
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Após a repercussão, Larissa Camargo, esposa de Matheus e filha de Lucien, contou ao Metrópoles que a relação da mãe com o marido sempre foi de muita alegria, parceria e respeito. Segundo a jovem, o vídeo foi gravado de forma espontânea, um dia depois do aniversário do filho, Lion, que completou 4 anos.
“Estávamos organizando e limpando o quintal como sempre fazemos em casa, e como é de costume, eles estavam brincando e se divertindo juntos. Essa é a essência deles: alegria, simplicidade e união”, disse Larissa ao portal.
Mesmo com alguns comentários maldosos nas redes sociais, a família segue mantendo o amor, o respeito e os valores que ensinam aos dois filhos.

Proximidade nas relações familiares
De acordo com a psicóloga Mariana Ramos, as relações familiares são espaços de aprendizado e a convivência pode ser um “terreno fértil” tanto para afeto quanto para conflitos. O segredo está em respeitar as fronteiras emocionais, entendendo que cada um desempenha um papel dentro da dinâmica familiar.
“A proximidade entre sogros e genros ou noras é positiva quando existe respeito mútuo, liberdade e leveza. No entanto, quando há invasão de privacidade, críticas constantes ou interferências nas decisões do casal, o vínculo pode gerar desconforto e tensão”, diz a professora de psicologia no Centro Universitário Afya Itaperuna.
Mariana explica que, na psicologia, compreende-se que os limites são fundamentais para a preservação da individualidade. “Eles não significam afastamento, mas sim o reconhecimento de que cada relação precisa de espaço para respirar. O respeito e o autorrespeito são pilares que sustentam qualquer laço saudável.”
Por que o afeto surpreende?
Algumas pessoas se incomodaram ao ver a relação entre Lucien e Matheus. Segundo a psicóloga, isso acontece porque, entre outros motivos, a dupla rompeu um estereótipo social: o de que a relação entre sogros e genros ou noras é, por natureza, conflituosa.
“Esses estereótipos dificultam a compreensão genuína, pois nos ‘aprisionam’ em nossas próprias formas de se relacionar. Muitas vezes, julgamos as atitudes dos outros porque elas não se encaixam nas nossas crenças. No entanto, é preciso compreender que cada pessoa tem seu modo único de se relacionar”, afirma.



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Como manter uma boa convivência
Para manter uma boa convivência entre sogros e genros ou noras, é essencial cultivar empatia, diálogo e respeito às diferenças. A professora Mariana ressalta que cada relação estabelece suas próprias fronteiras — e o que é confortável para uns pode ser invasivo para outros.
“A regra de ouro é simples: a liberdade de brincar, rir e estar junto deve vir acompanhada do respeito mútuo. No caso de Mateus e sua sogra, vemos uma relação que foge do padrão e mostra que o humor pode ser um elo poderoso.”
Em tempos marcados por pressa e desconexão, resgatar as brincadeiras dentro da família é um ato terapêutico, afirma a profissional. “São esses momentos simples que fortalecem o sentimento de pertencimento e nutrem a saúde emocional. Para ser saudável, as relações não podem ser líquidas”.





