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    Alckmin diz que ordem de Trump beneficia produtos da região Norte

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    O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta segunda-feira (17/11) que a redução de 10% das tarifas impostas a produtos exportados pelos Estados Unidos, anunciada na sexta-feira (14/11), impacta positivamente itens da região Norte do Brasil, como a castanha-do-pará com casca.

    “A região Norte, antes dessa ordem executiva, 45% da sua exportação era (taxado em) 50%, 10 mais 40. Reduziu para 28%. Reduziu 10% carne, suco de frutas, pimenta seca, castanha-do-pará, palmito, geleias de frutas, doces, cacau. No caso da castanha-do-pará com casca, foi para zero, não tem imposto. Dois casos: castanha-do-pará com casca e suco de laranja, zerou”, disse o vice-presidente.

    Alckmin também negou que as negociações envolvendo a COP30 impactem as conversas com os EUA sobre o tarifaço, e afirmou que o Brasil quer avançar mais na redução das tarifas.

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    A retirada das tarifas globais de 10% beneficia produtos brasileiros-chave na relação comercial com os Estados Unidos, especialmente carne bovina e café.

    A medida abrange todos os itens da lista (veja completa aqui), independentemente do país de origem. No caso do Brasil, embora a taxa de 10% tenha sido extinta, ainda permanece a tarifa adicional de 40% imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no final de julho.

    A declaração foi dada durante coletiva de imprensa no oitavo dia da 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30) em Belém (PA). O vice-presidente estava ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; da CEO da COP30, Ana Toni; do presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago; e do negociador-chefe do Brasil na conferência, embaixador Maurício Lyrio.

    Na ocasião, Alckmin anunciou que 117 países apresentaram as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, Nationally Determined Contributions), que são os compromissos climáticos definidos por cada nação para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

    Na segunda-feira passada (10/11), primeiro dia da COP30, 111 países haviam apresentado suas contribuições.

    COP30 entra em semana decisiva

    Nesta segunda, a COP30 entra na última semana de trabalho. A conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) será encerrada na sexta-feira (21/11).

    Para dar impulso às negociações, o Brasil designou vários ministros estrangeiros como facilitadores nos principais temas de discussão, entre eles finanças, tecnologia, gênero e o chamado “balanço global”, que mede o progresso no cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris.

    A terceira vice-presidente e ministra da Transição Ecológica da Espanha, Sara Aagesen, será uma das facilitadoras em mitigação, e a secretária de Meio Ambiente e Recursos Naturais do México, Alicia Bárcena, em transição justa.

    O investimento climático deve ser uma das pautas de reuniões. Anúncios feitos nos últimos dias somam U$ 300 bilhões. O valor é 23% do considerado necessário para a próxima década.

    Esta semana será decisiva quanto aos investimentos internacionais ao Brasil, já que serão discutidos financiamentos ao país, adaptação climática e a proposta de criar uma estratégia para eliminar os combustíveis fósseis. A questão em disputa é a de quem pagará tudo isso.