Para quem gosta de gatos, sentir um deles se esfregando nas pernas é motivo de felicidade. No senso comum, muita gente costuma dizer que esse é um sinal que o felino gosta de alguém ou que ele está pedindo por carinho. Isso também é verdade, mas não para por aí.
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Não é só nas pessoas que esses bichinhos se esfregam. Gideão Galvão, doutor em ciências veterinárias, explica que isso tem a ver com glândulas espalhadas pelo corpo. “Quando se esfregam em paredes, móveis ou objetos, eles estão depositando essas substâncias odoríferas, marcando o ambiente como seguro e familiar. É uma forma natural de comunicação química e social.”



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Em objetos, geralmente é uma marcação de território. Mas quando faz isso com pessoas ou outros animais, o gesto tem também um lado afetivo e social. É o jeito dele mostrar que confia e se sente à vontade com você”, complementa o coordenador de medicina veterinária do Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU).
O que são esses feromônios?
Esse comportamento libera os feromônios, que são o “rastro” que eles deixam ao se esfregar. As substâncias químicas são produzidas principalmente por glândulas localizadas na cabeça, têmporas, bochechas, queixo e testa.
Segundo Gideão, os feromônios carregam diversas informações individuais sobre cada gato. Além disso, ajudam o bichano a criar uma sensação de familiaridade no ambiente em que está inserido. “Eles percebem esses odores por meio do órgão de Jacobson, uma pequena estrutura localizada atrás dos dentes incisivos.”
O instinto territorialista é mais comum em gatos não castrados, e por isso os tutores podem ficar em dúvida se a castração influencia nesse comportamento. Neste caso, 0 especialista esclarece que o procedimento não interfere.

“A castração reduz a produção de feromônios ligados à reprodução, mas não altera os feromônios faciais, que são os responsáveis por esse tipo de marcação social. Por isso, mesmo castrados, os gatos continuam se esfregando normalmente”, salienta.
Saúde e reação do tutor
Apesar de ser algo comum entre os gatos, os tutores ainda devem observar sinais de alerta quando há excesso. “Se o comportamento for muito repetitivo, acompanhado de lambedura excessiva, agitação ou queda de pelos, é importante investigar. Isso pode indicar ansiedade, estresse, dermatites, distúrbios neurológicos ou até hormonais.”
Entre miados, ronronados e “pãezinhos amassados”, se esfregar é uma das coisas mais fofas que os gatos fazem, e existem algumas atitudes que o dono pode tomar em relação a isso. “O tutor pode ajudar instalando escovas de canto ou de parede, esses acessórios estimulam o comportamento e aumentam a sensação de conforto.”

O especialista também orienta que há produtos que imitam o feromôni0 facial que o gato libera ao esfregar o rostinho. Essas imitações transmitem uma mensagem de segurança e conforto, além de reduzir o estresse em situações que exigem adaptações para o gato, como mudanças e chegada de novos animais.
Não há nenhum problema em aceitar o gesto e retribuir o carinho, mas é preciso respeitar os limites do animal. “Sugiro evitar movimentos bruscos, segurar o animal à força ou interromper o contato. Isso pode quebrar o momento de vínculo e confiança entre o gato e o tutor”, conclui Gideão.



