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    CNI cobra que Brasil intensifique negociações sobre tarifas com EUA

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    A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu, neste sábado (15/11), que o Brasil intensifique as negociações com os Estados Unidos para a retirada de tarifas na importação de produtos brasileiros pelos norte-americanos.

    A manifestação da instituição deste sábado repercute a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da última sexta-feira (14/11), de tirar a sobretaxa sobre um grupo de produtos como café, carne bovina e frutas. A retirada da cobrança é sobre os itens, independentemente do país de origem e havia sido imposta no dia 2 de abril deste ano.

    Naquele dia 2 de abril a taxa imposta a todos os produtos produtos brasileiros, salvo algumas exceções, foi de 10%. A decisão dessa sexta, no caso do Brasil, implica na retirada dessa taxa. No entanto, ainda permanece em vigência a tarifa de 40%, que foi adicionada em agosto deste ano.

    “Países que não enfrentam essa sobretaxa [de 40%] terão mais vantagens que o Brasil para vender aos americanos. É muito importante negociar o quanto antes um acordo para que o produto brasileiro volte a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

    Conforme a CNI, a decisão dessa sexta retira as taxas aplicadas em 2 de abril para um grupo de 238 produtos agrícolas. Ainda conforme a instituição, do total, 80 itens fazem parte do grupo dos que são exportados para os EUA.

    “Apenas 4 produtos – três tipos de suco de laranja e castanha do pará – ficam isentos de taxas. Os outros 76, que incluem carne bovina e café não torrado, setores em que o Brasil se destacava como fornecedor, tiveram a taxação total reduzida, mas ainda enfrentarão 40% de tarifa para entrar no mercado americano”, diz trecho da nota da CNI.

    Na análise dos dados pela CNI, consta que em 2024, as exportações brasileiras para os EUA dos 80 produtos totalizaram US$ 4,6 bilhões, o equivalente a cerca de 11% do total. Do grupo destes 80 itens se destacam café não torrado, suco de laranja, carne bovina e frutas.

    Recuo

    A decisão da retirada das taxas aplicadas em 2 de abril foi feita pela Casa Branca e contempla diretamente produtos exportados pelo Brasil, como café, carne bovina e frutas, a exemplo do açaí, que ainda estavam taxados em 50% pelos EUA.

    De acordo com o governo norte-americano, a medida divulgada na sexta tem efeito retroativo e passou a valer a partir da 00h01 da quinta-feira (13/11).

    Negociações

    Desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontrou brevemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro deste ano, autoridades de Brasil e EUA têm conversado sobre as tarifas.

    O último passo público das negociações foi uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. O encontro foi na última quinta-feira (13/11), em Washington.

    Após a reunião, Vieira divulgou que o Brasil entregou uma proposta para Rubio e aguarda resposta sobre a questão.