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    Cuba alerta que Trump busca queda “violenta” do governo da Venezuela

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    O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, fez nesta terça-feira (25/11) uma forte declaração sobre a escalada de tensões entre Estados Unidos e Venezuela. Segundo ele, a “exagerada e agressiva presença militar” dos EUA no Caribe representa “uma perda para a América Latina e o Caribe” e pode desencadear “uma ação extremamente perigosa e irresponsável”.

    Rodríguez afirmou que a eventual derrubada do governo de Nicolás Maduro por forças americanas seria uma violação frontal do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, além de trazer “consequências imprevisíveis” para toda a região.

    “Uma concentração tão grande e sofisticada de poder militar não é usada para combater o narcotráfico. Isso é um pretexto insustentável”, disse o chanceler, acrescentando que uma intervenção poderia causar “incalculável número de mortes” e instaurar “violência e instabilidade hemisférica”.

    O ministro também apelou diretamente à sociedade norte-americana. “Pedimos ao povo dos Estados Unidos que pare esta maldade.”

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    Escalada militar no Caribe

    No sábado (22/11), a imprensa internacional antecipou que os Estados Unidos estavam prestes a iniciar uma nova fase de operações relacionadas à Venezuela, citando quatro autoridades americanas.

    A pressão aumentou após a visita do general Dan Caine, a mais alta autoridade militar dos EUA, a uma base em Porto Rico e a um dos navios de guerra deslocados para o Mar do Caribe. A viagem ocorre no contexto da Operação Lança do Sul, considerada a maior mobilização naval dos EUA na região desde a Crise dos Mísseis de 1962.

    Washington também ampliou a pressão após classificar o chamado Cartel de los Soles como grupo terrorista, abrindo caminho para medidas militares e econômicas mais duras contra Caracas.

    Rodríguez afirmou que Cuba “reafirma seu apoio total à Venezuela” e denunciou a escalada militar americana “nos termos mais fortes possíveis”.

    O chanceler disse ainda que uma guerra não resolveria “nenhum problema político ou econômico” dos EUA e apenas reforçaria “a velha intenção do poderoso vizinho do Norte” de exercer domínio sobre a região.

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    Nicolás Maduro

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    Presidente da Venezuela, Nicólas Maduro

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    Maduro fala em “unidade” diante da pressão externa

    Na noite de segunda-feira (24/11), o presidente Nicolás Maduro afirmou que o país está preparado para resistir a qualquer ação dos EUA. “Não importa o que aconteça, não conseguirão derrotar a Venezuela. Somos invencíveis.”

    Maduro convocou a população “à unidade e firmeza” em meio à intensificação das manobras militares dos EUA.