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Descubra por que pular sua primeira mamografia pode ser perigoso

Descubra por que pular sua primeira mamografia pode ser perigoso

Uma pesquisa publicada em setembro deste ano no BMJ mostrou que mulheres que não fizeram a primeira mamografia apresentaram um risco maior de desenvolver câncer de mama em estágio avançado posteriormente. Os resultados também indicaram um risco 40% maior de morte pela doença.

Entenda 

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Para os cientistas, o interessante é que não havia grandes diferenças no número de casos de câncer entre os dois grupos de mulheres ao longo dos 25 anos. Segundo os resultados, 7,8% das participantes que fizeram a primeira mamografia receberam o diagnóstico da doença, enquanto 7,6% das que adiaram o exame receberam o mesmo diagnóstico.

MamografiaMulheres que não fizeram a primeira mamografia apresentaram um risco maior de desenvolver câncer de mama em estágio avançado posteriormente

Portanto, os dados concluíram que o grupo de participantes que não fizeram a primeira mamografia não apresentou mais casos de câncer de mama ou casos mais graves, mas sim que seus casos foram detectados em estágios mais avançados, quando eram mais letais.

O momento certo para fazer a mamografia

Em conversa com a coluna Claudia Meireles, a ginecologista e obstetra Paula Fettback, especialista em reprodução humana pela FEBRASGO, explica que a recomendação mais aceita é que as mulheres façam a primeira mamografia de rastreamento aos 40 anos, repetindo o exame anualmente. “Esse é o padrão adotado pela Sociedade Brasileira de Mastologia, pelo Colégio Americano de Radiologia e por diversas sociedades médicas internacionais”, diz.

“A mamografia é o principal exame para detectar o câncer de mama ainda em fase inicial — quando não há sintomas e o tratamento é mais simples e eficaz. Pular a primeira mamografia é perigoso porque justamente nessa idade o exame pode identificar lesões pequenas, antes que se tornem palpáveis ou avancem”, destaca a profissional.

Segundo a especialista, apenas 5% a 10% dos casos de câncer de mama estão ligados a fatores genéticos hereditários, como mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Na maioria das mulheres, o risco está mais relacionado ao estilo de vida e fatores hormonais — como obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, uso prolongado de hormônios e idade da primeira menstruação ou menopausa. “Ou seja, mesmo quem não tem histórico familiar deve manter o rastreamento, porque a maioria dos casos ocorre em mulheres sem antecedentes genéticos”, afirma.

A recomendação mais aceita é que as mulheres façam a primeira mamografia de rastreamento aos 40 anos, repetindo o exame anualmente

Paula sustenta que a mamografia é um exame rápido e seguro, que dura poucos minutos. “Pode causar um leve desconforto durante a compressão da mama, mas é totalmente tolerável”, pondera ela, acrescentando que não há necessidade de preparo especial. “Mulheres com mamas muito sensíveis podem preferir agendar o exame logo após o período menstrual, quando o tecido está menos dolorido”, observa.

“A mamografia deve ser solicitada e acompanhada por um ginecologista ou mastologista, os especialistas em saúde da mama. O exame é realizado por um radiologista treinado em imagem mamária, geralmente em clínicas de diagnóstico ou hospitais com serviço de radiologia. É importante que o local tenha equipamentos modernos e profissionais experientes, o que garante melhor qualidade e menor desconforto”, frisa a médica.

Atualmente, graças aos avanços no diagnóstico precoce, nas cirurgias menos invasivas e nos novos medicamentos, as chances de cura da doença superam 90% quando o câncer é detectado em estágio inicial. “Por isso, aderir à mamografia desde o primeiro exame é fundamental: quanto antes o tumor é identificado, mais simples é o tratamento, com maior preservação da mama e menor necessidade de quimioterapia. Detectar cedo salva vidas — e tudo começa com o primeiro exame”, salienta.

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