O dólar registrou alta de 0,66% frente ao real, cotado a R$ 5,33, nesta segunda-feira (17/11). Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), operava em queda de 0,69%, aos 156.616,13 pontos, por volta das 17h15.
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a moeda americana valorizou-se no Brasil seguindo um movimento global. Às 16h30, o índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes (euro, iene, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), registrava alta de 0,26%, aos 99,56 pontos.
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A elevação global do dólar, apontam analistas, está relacionada ao aumento da incerteza em torno de uma eventual queda dos juros nos Estados Unidos, em dezembro, quando ocorre a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. as probabilidades de manutenção dos juros por parte do Fed no próximo mês estão em 59,1%. Na semana passada, elas chegaram a 67%.
Sem apetite para riscos
A manutenção dos juros nos EUA no atual intervalo entre 3,75% e 4,00%, em tese, diminui o apetite dos investidores por ativos de maior risco, como é o caso das ações negociadas em bolsas. Isso porque os juros altos sustentam o interesse do mercado pelos títulos da dívida americana, os Treasuries.
Vários fatores justificam a mudança de humor do mercado sobre as taxas americanas. Na última semana, diversos integrantes do Fed mostraram-se pouco receptivos a um eventual corte de juros.
Além disso, diz o analista Bruno Shahini, houve um aumento da incerteza, à medida que diversos indicadores econômicos deixaram de ser divulgados com a paralisação (“shutdown”) de 43 dias de várias áreas do governo americano, diante do impasse da votação do orçamento do país no Congresso.
“Isso manteve os investidores mais cautelosos”, diz Shahini. “O movimento de alta do dólar também ganhou impulso depois do resultado acima do esperado do índice Empire State (divulgado nesta segunda-feira, que mede a atividade de manufatura no estado de Nova York), que subiu para 18,7 em novembro (estava em 10,7, em outubro), indicando uma atividade econômica ainda aquecida.”
