O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) reagiu ao ministro Alexandre de Moraes (STF), que votou para aceitar denúncia da Procuradoria-Geral da República e torná-lo réu por coação no curso do processo.
Em conversa com a coluna por telefone nesta sexta-feira (14/11), Eduardo Bolsonaro classificou o voto de Moraes como uma “continuação da caça às bruxas”, usando o mesmo termo adotado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para se referir ao julgamento de Jair Bolsonaro.
3 imagens
Fechar modal.
1 de 3
O deputado federal Eduardo Bolsonaro
Vinicius Schmidt/Metropoles
2 de 3
O ministro do STF Alexandre de Moraes
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
3 de 3
O PGR Paulo Gonet ofereceu denúncia contra Eduardo Bolsonaro
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
“É a continuação da caça às bruxas, pois é totalmente inconstitucional, uma vez que Moraes se diz vítima de coação e, mesmo assim, ele me julga. Bem como aquele que me acusa, pois [o procurador-geral da República] Paulo Gonet foi sancionado com a perda de visto americano e, num jogo de cartas marcadas, age em conluio com o violador de direitos humanos Alexandre de Moraes.”
Eduardo Bolsonaro também questionou aspectos formais do processo, alegando não ter sido devidamente citado. E argumentou que a decisão de aplicar a Lei Magnitsky contra Moraes foi do governo dos Estados Unidos.
Leia também
-
A condição de Tarcísio para disputar a Presidência
-
Extradição de ambientalista trava negociações entre Brasil e Japão
-
Após reunião de Lula com Trump, Brasil formaliza proposta aos EUA
-
Zema sai em defesa de Nikolas após estocada de Eduardo Bolsonaro
“Não fui oficialmente citado, por mais que seja notório que eu esteja residindo em local certo e sabido pelas autoridades americanas. Moraes fala que está aceitando denúncia por coação por ato praticado pelo presidente Trump, fora da jurisdição brasileira, e um ato lícito, uma vez que a Lei Magnitsky é, por óbvio, uma lei aprovada pelo Congresso americano.”
O parlamentar sustenta que não atuou para tentar alterar o curso do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por golpe de Estado, mas para punir autoridades que cometeram abusos.
“Tampouco, o meu trabalho objetivava a absolvição do meu pai, visto que não espero nenhuma decisão justa vinda de um tribunal de exceção e inquisitório. Assim, a minha energia sempre se voltou para levar consequências aos notórios abusos e violações de direitos humanos cometidos por Moraes.”
Eleições de 2026
Eduardo Bolsonaro também acusou Moraes de tentar tirar das eleições de 2026 críticos que tenham a intenção de concorrer ao Senado.
“Logo, não há qualquer indício do cometimento do crime de coação, o que escancara a perseguição política que estou sofrendo por bem exercer a diplomacia legislativa internacional. Ou seja, Moraes quer me tirar da eleição de 2026, no tapetão, e isso ocorrerá com qualquer candidato favorito ao Senado que ele enxergue como opositor, pois são os senadores que votam o impeachment de ministros do STF.”
“Ressalto que lhe dou esta declaração com base no que tem sido publicado pela imprensa, uma vez que não fui notificado de qualquer ato desse processo. Mesmo que a mídia tenha noticiado que a defensoria pública sugeriu a Moraes o uso da carta rogatória, tendo Moraes optado por me julgar à revelia. Por que Moraes tem medo de que eu fale? Por que não usa os canais oficiais, como todos os juízes do mundo utilizam?”, finalizou o deputado, que está licenciado e atualmente vive nos Estados Unidos.
