A esposa do filósofo Noam Chomsky negou, neste sábado, que ele tenha intermediado uma ligação entre Jeffrey Epsetein, empresário norte-americano condenado por crimes sexuais, e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2018. O caso foi mostrado em e-mails atribuídos ao magnata e tornados públicos pelo Congresso dos Estados Unidos.
Valéria Chomsky disse à CNN Brasil que as alegações são “mentirosas” e que ela estava presente na visita do linguista ao petista quando estava preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Segundo ela, os telefones foram deixados na recepção.
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A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) também nega que tal ligação tenha acontecido. Na troca de mensagens, Epstein diz: ““Chomsky me ligou com o Lula. Da prisão. Que mundo”. Em outro documento, o empresário, que se suicidou numa prisão em 2019, chama o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “o cara”.
“Na qualidade de esposa de Noam Chomsky, participei com ele da visita, em 20 de setembro de 2018, ao presidente Lula na prisão. Esclareço que tivemos de deixar os aparelhos celulares na recepção e fomos revistados pela Polícia Federal antes de iniciar a visita […] Qualquer alegação de que teria havido um telefonema, durante a visita ou em qualquer outra ocasião, entre o presidente Lula e qualquer interlocutor – intermediado por Noam Chomsky – é infundada e mentirosa”, disse em nota.
Valéria Chomsky, que é brasileira, disse que o marido estava impossibilitado de se manifestar sobres o episódio, pois está se recuperando de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido em 2023.
O conteúdo dos emails foi divulgado após a Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes liberar trocas de e-mails entre Epstein e nomes conhecidos, como sua antiga parceira Ghislaine Maxwell, atualmente presa por tráfico sexual, e o escritor Michael Wolff, autor de livros sobre Donald Trump.
O presidente norte-americano também é citado na troca de e-mails. Em dado momento, Jeffrey Epstein afirma ser “o único capaz de derrubar Trump” e insinua que o republicano sabia a respeito da sua conduta criminosa.
Trump e Epstein foram amigos durante cerca de duas décadas, entre os anos 1990 e 2000, mas teriam rompido em meados dos anos 2000. O republicano afirma ter se afastado do bilionário assim que surgiram as primeiras denúncias e nunca foi formalmente investigado no caso.
Durante a campanha presidencial de 2024, Trump prometeu divulgar documentos secretos sobre o caso se retornasse à Casa Branca. No entanto, já no cargo, classificou uma suposta “lista de clientes de Epstein” como “farsa” e “bobagem”, culpando a “esquerda radical” por espalhar boatos.
