A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (17/11) que não há acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o Projeto de Lei (PL) Antifacção. Após a reunião desta noite no gabinete de Motta, ela sinalizou esperar que o relator, Guilherme Derrite (PP-SP), apresente uma quinta versão do relatório.
Mesmo diante da resistência de líderes partidários, Motta confirmou que colocará o projeto em análise na terça-feira (18/11).
O deputado deve se reunir às 9h com a ministra Gleisi Hoffmann, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o relator Guilherme Derrite e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), na residência oficial da Presidência da Câmara, para discutir pontos do relatório.
“Isso é uma decisão do presidente da Casa. Ele já decidiu que vai colocar [em votação]. O que dissemos foi o seguinte: é óbvio que é uma matéria complexa, talvez requeresse mais tempo, mas o governo está preparado para fazer essa discussão. O importante é vocês saberem que esse projeto que veio para cá foi discutido e gestado por seis meses, sob coordenação do ministro Lewandowski, com consultas a vários técnicos e pessoas especializadas. Temos muita segurança daquilo que defendemos. E vamos tentar, claro, influenciar ao máximo, pela importância da matéria”, declarou Gleisi a jornalistas na Câmara.
O principal ponto de discordância do governo é o trecho que trata da destinação de fundos à Polícia Federal (PF).
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Organizações terroristas
Gleisi criticou a insistência da oposição em equiparar facções criminosas a organizações terroristas no texto. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que, caso Derrite não inclua o trecho em uma nova versão do relatório, o partido apresentará um destaque para votar a proposta separadamente.
“Está muito claro que essa questão do terrorismo é prejudicial ao país. Então, a oposição vai de novo fazer isso? Já não basta o que estão fazendo com o Eduardo Bolsonaro fora? Já não basta a faca que enfiaram no nosso pescoço com as ações do Trump? Acho que a oposição tem que se tocar um pouco também, tem que pensar no Brasil, não pode fazer isso”, disse a ministra.
