A Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) negou que seu presidente, Carlos Roberto Ferreira Lopes, esteja foragido. Carlos Lopes foi um dos alvos de operação da Polícia Federal (PF) realizada na última quinta-feira (13/11) e está com mandado de prisão em aberto, mas não se entregou nem foi capturado até esta segunda-feira (17/11).
Ele é investigado no esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nesse sábado (15/11), a entidade negou que Carlos esteja foragido da justiça e disse que a alegação é “absolutamente inverídica”, reforçando que o executivo sempre se colocou à disposição para contribuir com apurações acerca do rombo do INSS.
“A Conafer vem a público prestar esclarecimentos formais diante das notícias que têm sido divulgadas por determinados veículos de comunicação, as quais, de maneira irresponsável e completamente dissociada dos fatos, afirmam que o presidente da entidade, Carlos Roberto Ferreira Lopes, estaria foragido da Justiça. Tal alegação é absolutamente inverídica e não encontra qualquer respaldo na realidade”, comunicou a instituição, em nota.
Carlos foi alvo da “Operação sem desconto” e está na lista dos dez mandados de prisão preventiva que deveriam ser cumpridos Polícia Federal (PF). O presidente da Conafer está à frente da administração da instituição desde 2011.
Ele depôs na CPMI do INSS em 29 de setembro e no dia seguinte, policiais o prenderam em flagrante por falso testemunho. Entretanto, ele foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 5 mil.
A Conafer negou as acusações de que o presidente da instituição estaria se escondendo e detalhou que Carlos viajou para uma área de difícil acesso que apresenta limitações de comunicação, “o que explica a dificuldade de contato imediato”. A entidade ressaltou que que a ausência não seria em razão da tentativa de evasão, ocultação ou resistência ás autoridades públicas.
“A Conafer informa que o presidente já está em processo de retorno e se apresentará às autoridades competentes assim que tiver acesso aos autos, conforme já comunicado à assessoria jurídica da Confederação, que acompanha todos os trâmites de forma transparente e colaborativa”, comunicou.
A Farra do INSS e investigação sob Conafer
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
O grupo criminoso utilizava entidades, associações e organizações parceiras do INSS para inserir, no sistema oficial, cobranças não autorizadas, que eram automaticamente descontadas no pagamento de beneficiários. A fraude atingiu milhões de vítimas.
Segundo a PF, a Conafer recebeu mais de R$ 708 milhões do INSS, dos quais R$ 640,9 milhões teriam sido desviados para empresas de fachada e contas de operadores financeiros ligados ao grupo.
