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    Marçal e Sabará lançam “máquina de votos” para eleição de 2026

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    Os sócios Pablo Marçal (PRTB) e Filipe Sabará (Republicanos) lançam na noite deste sábado, (15/11), em Barueri, uma plataforma on-line de formação política chamada Unipoli, com vistas às eleições de 2026. Os dois nomes já tentaram ser prefeito de São Paulo, mas não lograram.

    Em 2026, o eleitorado fará seis escolhas nas urnas, nesta ordem: deputado federal, deputado estadual (ou distrital, no caso do DF), dois senadores, governador e presidente da República.

    A iniciativa, associada à Faculdade Internacional de Evolução Profissional (FIEP), que é uma instituição dedicada a saúde visual, tem três eixos, conforme Sabará: um de noções básicas em política, outro de construção de candidaturas com enfoque digital e outro de campanha política para atendimento individual. De momento, a associação com a FIEP seria provisória, pois a ideia da dupla é abrir uma universidade própria.

    Sabará esteve à frente do plano de governo de Marçal, então candidato a prefeito paulista, em 2024, que foi derrotado no pleito no primeiro turno. Já o coach está no meio de pendências com a Justiça eleitoral em processos contra ao menos dois ex-adversários políticos na disputa municipal de 2024: José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB).

    De norte a sul

    “Qualquer pessoa, de qualquer parte do país poderá participar, seja um ribeirinho do Norte, um militante que se identifique com nossa proposta, quem quiser, já temos 700 reservas”, diz Sabará. O custo do curso é de 12 parcelas de R$ 497, com aulas remotas e, em menor volume, presenciais.

    Segundo o ex-secretário do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o curso preencheria uma lacuna pela falta, segundo ele, de cursos de política no país. “Infelizmente, as escolas e universidades não ensinam política básica. A população não sabe o que faz um vereador, um deputado estadual ou um senador. Falta conteúdo sobre a origem da direita, da esquerda, sobre diferença entre monarquia e república, sobre modelos de poder e sobre conceitos como liberalismo, comunismo e socialismo”, teoriza Sabará.

    O coach Marçal obteve 1.719.274 votos na última corrida eleitoral municipal, diferença de 56, 8 mil para Guilherme Boulos (PSol), hoje ministro da Secretaria Geral da Presidência, que foi derrotado no segundo turno da eleição pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).

    Sabará foi secretário municipal de Assistência Social da gestão João Doria e secretário-executivo estadual de Desenvolvimento Social da gestão Tarcísio de Freitas. Também foi candidato a prefeito de São Paulo em 2020, mas desistiu da disputa após ter sido expulso do partido Novo.

    “Todo mundo sabe da máquina de votos que foi Marçal. Agora nos juntamos mais uma vez, eu com minha experiência política, ele com sua experiência eleitoral que surpreendeu o Brasil e até o mundo”, diz o ex-candidato.

    Egresso de um grupo de formação de candidatos, o Movimento RenovaBR, Sabará faz reparo à comparação. “É um Renova, só que o Renova nao é democrático. O problema do Renova é ser de esquerda. Agora vamos democratizar o acesso à politica sem ideologia”, promete.

    Ficha técnica

    Marçal foi condenado pela Justiça Eleitoral de São Paulo, na quinta-feira (13/11), a pagar mais de R$ 280 mil à deputada federal Tabata Amaral (PSD) por difamação contra a parlamentar.

    Na quinta anterior, dia 6/11, teve notícia mais favorável. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aceitou seu recurso e reverteu condenação que o tornava inelegível por abuso de poder político e econômico. O influenciador segue condenado à inelegibilidade em outros processos.

    Ele foi acusado após prometer vídeos de apoio a candidatos a vereadores em troca de doações para sua campanha. A ação foi movida pelo PSB e pela coligação de Boulos, seu então adversário na campanha.

    “Você conhece alguém que queira ser vereador e é candidato? Essa pessoa vai fazer o quê? Ela vai mandar um Pix para a minha campanha, de doação, Pix de R$ 5 mil. Fez essa doação, eu mando o vídeo. Clicou aqui no formulário, cadastra, a equipe vai entrar em contato”, dizia o influenciador em um vídeo publicado em seu perfil à época.

    Na mesma semana, o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou uma denúncia contra o coach por injúria e difamação contra o apresentador José Luiz Datena (PSDB).

    O influenciador também foi condenado em primeira instância à inelegibilidade por promover sorteios de bonés e dinheiro nas redes sociais, usar perfis e dados de empresas dele para propaganda, impulsionar terceiros, incitar a produção de material de campanha por eleitores para burlar regras de arrecadação, receber recursos indevidos e anúncios pagos com contas estrangeiras, entre outros. Esse processo ainda não foi julgado pelo TRE-SP.

    Em maio deste ano, a denúncia contra Marçal apresentada pelo MPE foi pela divulgação de laudo médico falso envolvendo Boulos.