A Justiça britânica condenou, nesta sexta-feira (14/11), a mineradora australiana BHP como “parcialmente culpada” pela tragédia do rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015. As vítimas pedem no Tribunal Superior de Justiça de Londres indenização de R$ 251 bilhões (38 bilhões de libras).
Um novo julgamento na Justiça da Inglaterra vai definir o valor da indenização, previsto para o segundo semestre de 2026.
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A BHP mantinha duas sedes à época do rompimento, uma delas em Londres, o que possibilitou o julgamento no Reino Unido. A mineradora australiana detém 50% da Samarco, empresa responsável pela barragem. Os outros 50% pertencem à Vale S.A.
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Vítimas da tragédia de Mariana protestam em frente ao Tribunal Superior de Justiça de Londres, em 2024
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Vítima da tragédia de Mariana mostra água contaminada do Rio Doce, em frente ao Tribunal Superior de Londres, em 2024
Peter Nicholls / Correspondente autônomo Getty Images
Tragédia de Mariana
O rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, matou 19 pessoas e afetou mais de 600 mil moradores. Além disso, despejou toneladas de dejetos da mineração, contaminando o Rio Doce. Trata-se da maior tragédia ambiental da história do Brasil.
Mais de 50 milhões de metros cúbicos de material tóxico foram despejados em 41 cidades e três reservas indígenas – área equivalente a mais de 220 campos de futebol.
As vítimas do desastre recorreram à Justiça britânica por considerarem insuficientes os processos conduzidos no Brasil – 10 anos após o rompimento da barragem, ninguém foi responsabilizado criminalmente no país.
