Embora tenha sido aprovada pela maioria da população, a megaoperação contra o Comando Vermelho, na zona norte do Rio de Janeiro, não trouxe sensação de segurança para os moradores do estado fluminense. A afirmação parte dos dados coletados pelo instituto Quaest nos dias 30 e 31 de outubro, que foram divulgados neste fim de semana.
Neste domingo (2/11), o instituto mostrou que 52% dos entrevistados consideram que o Rio de Janeiro está menos seguro desde a operação da última terça-feira (28/10). Por outro lado, 35% dos entrevistados acham que está mais seguro. Enquanto 13% não soube responder.
Os números contrastam com um dado divulgado no sábado (1º/11) sobre o mesmo levantamento. Segundo a pesquisa, 64% dos moradores do Rio de Janeiro aprovaram a megaoperação e, mais do que isso, 58% consideraram que a incursão policial nos complexos do Alemão e da Penha foi um sucesso.
A ação policial matou ao menos 120 pessoas. Entre elas, 109 foram identificadas, quatro eram policiais e 78 têm histórico de crimes graves, e ao menos 30 não tinham passagem pela polícia. A megaoperação também apreendeu 93 fuzis, que geraram prejuízo de quase R$ 13 milhões à facção criminosa.
A Quaest ouviu 1,5 mil pessoas no estado do Rio de Janeiro. O nível de confiabilidade da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Cenário de guerra e medo de reação
A pesquisa mais recente da Quaest mostra que 87% da população do estado fluminense acredita que o Rio de Janeiro vive uma situação de guerra, enquanto 13% discorda. A percepção em relação a outros grandes centros urbanos do país é mais dividida: 51% acredita que as grandes cidades brasileiras estão em situação de guerra, 42% acha que não e 7% não soube responder.
O levantamento também mostra que 74% dos entrevistados têm medo de uma reação do narcotráfico. Enquanto 25% não teme contra ataque e 1% não soube responder. Há ainda um cenário dividido sobre a confiança no preparo da polícia para combater o crime organizado.
Questionados sobre quem está melhor preparado para combater o crime organizado, 48% disse que são “as forças policiais do estado”, enquanto 44% acha que são “as facções” e 8% não soube responder. Metade dos entrevistados afirmou que, ao se depararem com uma pessoa com um fuzil na mão, os policiais devem “buscar prender sem atirar”, enquanto 45% defende que a melhor abordagem seria “atirar logo de cara”.














