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    México aceita ajuda dos EUA contra narcotráfico, mas “intervenção, não”

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    A presidente do México, Claudia Sheinbaum, avisou que não vai permitir interferência dos Estados Unidos na luta contra o narcotráfico no país. A fala ocorreu nessa segunda-feira (3/11) durante uma coletiva de imprensa e coincide com o momento em que os EUA sinalizam uma possível incursão terrestre no México para combater o crime organizado no país.

    “O México é um país livre e soberano. Como disse o Omar (García Harfuch, secretário de Segurança e Proteção Cidadã do México) ontem, aceitamos ajuda em informação, inteligência, mas intervenção, não”, disse Claudia no Palácio Nacional, na Cidade do México.

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    Os rumores sobre uma possível incursão terrestre dos EUA no México para atuarem em conjunto no combate ao narcotráfico surgiu após uma reportagem do CBS News.

    O jornal norte-americano informou que o governo Trump planeja enviar tropas e agentes de inteligência ao México para combater os cartéis e que a primeira fase do processo incluiria uma incursão no país, com ofensivas estratégicas e ataques com drones para atingir laboratórios de drogas, membros e líderes de cartéis.

    Ainda durante o discurso da líder mexicana, a presidente lamentou o assassinato do prefeito da cidade mexicana de Uruapan, Carlos Manzo Rodríguez, morto a tiros nesse sábado (1º) em uma região marcada pela violência ligada ao crime organizado. Ao colocar em pauta o narcotráfico, a presidente alegou que não se pode combater este tipo de crime com militarização, o que, segundo ela, só geraria mais violência.

    “Outra questão é o que devemos fazer. A força do Estado reside na justiça. Algumas pessoas, como aconteceu com a guerra às drogas, estão defendendo a militarização e a guerra. Isso não funcionou. Na verdade, foi o que levou à violência em Michoacán. A guerra às drogas não funcionou; pelo contrário, gerou essa violência, que só agora estamos começando a reduzir”, destacou.

    Desde agosto, os EUA empreendem ofensivas navais com suporte de caças F-35, lançando mísseis e bombardeios em embarcações que navegam no Caribe e no Oceano Pacífico, próximo às costas venezuelanas, mas, ainda sem provas concretas.