O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou neste domingo (2/10) a Aldeia Vista Alegre de Capixauã, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, na Região de Santarém, no Pará. Foi seu 2º dia de agenda na região, onde deve permanecer até a abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para o dia 10 de novembro.
Durante a visita, Lula afirmou que a demarcação territorial de terras indígenas não “depende só do presidente da República”.
“Isso passa pelo Ministério da Justiça, passa pelos antropólogos, passa pelo não sei de quantas. Depois vai para a FUNAI e depois vem para mim. Mas a hora que chegar a mim veja, eu sei que a gente tem muita coisa para fazer. Mas o que me dá orgulho é que não tem ninguém que já tenha demarcado mais terra indígena do que nós”, declarou.
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O petista foi recebido na aldeia pela cacique Irenilce Kumaruara, que fez uma demanda de energia para 4.388 famílias, uma população de mais de 13 mil indígenas. O presidente se mostrou surpreso com a falta de energia na comunidade, mas disse que o governo trabalhará na demanda.
“Hoje a energia é a coisa mais fácil para a gente fazer, porque a gente pode fazer placa solar, a gente pode preservar o ambiente, pode trazer energia para vocês […] e eu prometo para vocês que vocês vão ter energia aqui na comunidade de vocês”, afirmou o presidente.
Universidade indígena
Ainda segundo Lula, o governo irá anunciar até o dia 17 de novembro, em Brasília, a criação da Universidade dos Povos Indígenas, mas não deu detalhes sobre o projeto.
“Vai ter a sede lá em Brasília, já tem até prédio, tanto pode ter o curso principal lá, mas todos os estados vão fazer extensão com a universidade para as meninadas fazer o curso próximo onde more e não precisar ir para Brasília”, explicou.
Além da presidente da Funai, estiveram presentes na agenda de Lula as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e a primeira-dama Janja da Silva.
Visita de Lula ao Pará
Belém (PA) será a base de trabalho do presidente nos próximos dias, com uma série de compromissos voltados à preparação para a conferência do clima. A única saída prevista do estado é para um evento em Fernando de Noronha, no próximo final de semana.
Na segunda-feira (3/11), o presidente deve seguir a programação de visitar comunidades quilombolas, indígenas e extrativistas no Pará. Até o momento, o presidente não tem compromissos oficiais na terça-feira (4/11). A expectativa é que Lula permaneça em Belém, embora a agenda ainda esteja em aberto.
Já na quarta-feira (5/11), o presidente deve realizar reuniões bilaterais com chefes de Estado que estarão na capital paraense para a Cúpula dos Líderes, evento que antecede a COP30. Segundo o Planalto, há dezenas de pedidos de encontros com o presidente, mas ainda não há confirmações.
Na quinta-feira (6/11) e na sexta-feira (7/11), será realizado o encontro de líderes, que reúne presidentes, primeiros-ministros e demais chefes de governo para impulsionar as discussões do evento.
No fim de semana seguinte, nos dias 8 e 9 de novembro, Lula participa do lançamento do projeto Noronha Verde, no Forte Nossa Senhora dos Remédios, em Fernando de Noronha (PE). A ação vai ampliar a geração renovável da ilha por meio de energia solar.
Após o compromisso, ele retorna a Belém para acompanhar a abertura oficial da COP30, que será realizada na segunda-feira (10/11).
