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    O doce engano: por que açúcar não combina com a dieta do gato

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    Oferecer um pedacinho de sobremesa ao gato pode parecer um gesto de amor — mas, segundo a veterinária Lorena Branco, especialista em comportamento felino, é um erro que pode custar caro à saúde do animal.

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    “Os gatos são carnívoros estritos. Seu organismo não reconhece o sabor doce nem possui enzimas para processar o açúcar”, explica. O resultado dessa diferença biológica pode ir de um simples desconforto gastrointestinal a distúrbios hepáticos e metabólicos graves.

    4 imagensAs fitas chamam a atenção dos felinosOs bichanos podem viver em harmoniaOferecer brinquedos interativos deixa o pet entretidoFechar modal.1 de 4

    Os gatos são bastante territorialistas

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    As fitas chamam a atenção dos felinos

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    Os bichanos podem viver em harmonia

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    Oferecer brinquedos interativos deixa o pet entretido

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    Quando o açúcar vira veneno

    O problema não está apenas nos doces industrializados. Mesmo as frutas, vistas por muitos tutores como alternativas “naturais”, carregam riscos.

    “Apesar de parecerem mais saudáveis, as frutas contêm frutose, um tipo de açúcar simples que o organismo felino não consegue metabolizar bem”, alerta Lorena. Em pequenas quantidades, já podem causar fermentação intestinal, desconforto gástrico e sobrecarga no fígado.

    E o perigo é cumulativo. “O consumo frequente de açúcar pode provocar resistência à insulina, inflamação crônica e obesidade, gatilhos para doenças como diabetes felina e até doença renal crônica”, destaca.

    foto colorida com dois gatos lambendo pirulito de açúcar O consumo de açúcar pode gerar ansiedade alimentar, ganho de peso e redução na ingestão de água, um dos principais desafios de saúde felina

    Açúcar também afeta o comportamento

    Os impactos não param no sistema metabólico. Segundo Lorena, há indícios de que o açúcar interfere no sistema nervoso dos felinos, alterando neurotransmissores ligados ao prazer e ao apetite.

    “Mesmo sem sentir o sabor doce, o gato pode desenvolver comportamentos compulsivos, ansiedade alimentar e distúrbios do sono”, diz a médica veterinária da Mars Pet Nutrition. O ideal, portanto, é substituir essas recompensas por petiscos próprios para gatos — que geram prazer e vínculo sem prejudicar o metabolismo.

    Petiscos certos: prazer sem culpa

    De acordo com a especialista, petiscos cremosos e ricos em proteína animal são os mais indicados. Eles simulam o comportamento natural do felino de lamber e cheirar, estimulando o instinto de caça e oferecendo bem-estar.

    “Esses produtos ativam os mesmos circuitos de prazer e vínculo que o açúcar provoca nos humanos, mas de forma segura. Além disso, ajudam na hidratação e na digestão”, explica Lorena.

    Gato comendo comida em pastaPetiscos específicos, formulados para felinos, são opções seguras e nutricionalmente equilibradas

    Hidratação e equilíbrio na rotina

    Em países quentes como o Brasil, os petiscos úmidos ganham ainda mais relevância. “Eles podem conter até 90% de umidade, o que ajuda na hidratação e na saúde renal dos gatos”, reforça a veterinária. Mas ela faz um alerta final: “Petiscos não substituem a refeição completa. Eles devem ser oferecidos com responsabilidade, respeitando a necessidade energética do animal.”