O complexo religioso Pateo do Collegio, localizado no centro de São Paulo, publicou uma nota de indignação e repúdio em relação aos serviços prestados pela operadora de energia Enel São Paulo, nessa quarta-feira (12/11). O ápice das queixas foi um princípio de incêndio que colocou o acervo histórico do Pateo em risco.
De acordo com o comunicado, o complexo tem registrado diversas ocorrências de falta de energia elétrica e, por conta de um erro de funcionários da operadora, o princípio de fogo local foi registrado na última terça-feira (11/11).
O Pateo é uma obra religiosa da Companhia de Jesus no Brasil e também é considerado um patrimônio histórico da cidade de São Paulo, sendo responsável por abrigar a Igreja São José de Anchieta, o Museu Anchieta e a Biblioteca Pe. Antônio Vieira. O local é aberto para visitação pública e celebra missas no centro da capital.
Incêndio pôs acervo em risco
Em uma nota publicada no Instagram oficial do Pateo do Collegio, a administração afirmou que vem sofrendo com transtornos e prejuízos relacionados aos serviços da operadora de energia Enel São Paulo. Nessa terça-feira (11/11), inclusive, conforme a nota, um erro de funcionários da concessionária que atuavam na região deu início a um princípio de incêndio elétrico “que pôs em risco o patrimônio histórico e artístico da origem da cidade”.
“Não fossem os esforços de nossas equipes internas, o berço da cidade de São Paulo juntamente com todo o seu acervo museológico e bibliográfico, que testemunha e perpetua um legado de 471 anos, estaria hoje restrito a cinzas”, detonou em nota.
O comunicado ainda aponta que o complexo vem sofrendo com diversas ocorrências de falta de energia elétrica, o que obriga o conjunto a fechar a visitação pública e afeta sua programação.
“Na maior cidade do país, numa região que abriga história, arte e cultura, o patrimônio material e humano é colocado à prova pela incapacidade e inoperância de uma operadora que onera a todos os cidadãos, diuturnamente. Além disso, a falta de compromisso do Poder Público pelo bem comum de todos, a falta de diálogo e transparência, assombra-nos e entristece-nos, profundamente”, lamentou a administração do Pateo.
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Nunes critica concessionária
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) aproveitou a postagem para criticar mais uma vez os serviços prestados pela Enel. Nos comentários da publicação, Nunes reafirmou o desejo de encerrar o contrato com a concessionária.
“Absurdo o péssimo serviço que a Enel presta. Por ser uma concessão do governo federal, a Prefeitura de São Paulo ingressou com ação judicial solicitando que a concessão não seja renovada pelo governo federal”, escreveu.
Em outra oportunidade, o chefe do Executivo municipal já havia detonado os serviços da concessionária após um forte temporal que atingiu a cidade em setembro deste ano. Na ocasião, diversas residências e empresas foram afetadas pela interrupção elétrica na cidade.
“O maior problema que nós temos, apesar das 122 equipes para colocar a cidade na normalidade, é a Enel, que em algumas situações está demorando para desligar a energia para permitir a remoção das árvores”, afirmou o prefeito, na época.
O que diz a Enel
Procurada pelo Metrópoles, a Enel Distribuição São Paulo informou que já entrou em contato com os administradores do Pateo do Collegio e que apura se o princípio de incêndio no quadro interno de energia do Pateo tem relação com a rede da distribuidora.
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A empresa afirma que, na noite de segunda-feira (10/11), foi registrada uma interrupção de energia no centro de São Paulo, que afetou um número restrito de clientes, entre estes o Pateo. “O fornecimento foi restabelecido após reparos num trecho da rede subterrânea e não houve outros relatos de impacto em instalações internas de clientes na região”, argumentou.
A concessionária concluiu que segue com o seu plano de investimentos, que inclui a modernização e manutenção da rede subterrânea do centro da cidade.
