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    Senador quer investigar venda de sentenças no STJ na CPI do Crime

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    Com a amplitude do tema da comissão, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) quer que a CPI do Crime Organizado do Senado investigue até o esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

    Na sexta-feira (14/11), Girão protocolou uma série de requerimentos na CPI para convocar alguns alvos da rede de advogados, lobistas, assessores e até desembargadores investigados pela Polícia Federal no esquema.

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    Senador Eduardo Girão (Novo-CE)

    VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES2 de 3

    CPI do Crime Organizado

    Reprodução/TV Senado3 de 3

    Cerimônia de posse no STJ

    VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

    De acordo com o entendimento de Girão, a CPI poderia investigar a venda de sentenças na Corte Superior de Brasília, uma vez que o esquema possui o “estilo de uma organização criminosa”.

    “O esquema, ao estilo de uma organização criminosa, operava mediante contratos de fachada de advocacia e consultoria, com o objetivo de assegurar decisões judiciais previamente combinadas. Como agravante, verificou-se inclusive o assassinato do advogado Roberto Zampieri, do Mato Grosso, ocorrência que deu origem à descoberta da fraude”, diz o senador em um dos requerimentos.

    Girão pediu a convocação na CPI,  por exemplo, dos ex-chefes de gabinete Daimler Alberto de Campos e Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade, que trabalharam, respectivamente, com os ministros Isabel Gallotti e Og Fernandes.

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    O senador pediu também que seja ouvido Márcio José Toledo Pinto, que atuou como assistente de diversos magistrados da Corte, e o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como principal operador do grupo.

    “Andreson de Oliveira Gonçalves, conhecido como o ‘lobista dos tribunais’, está no centro do inquérito da Polícia Federal que revela a estrutura complexa de um suposto esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e em cortes estaduais. De acordo com as investigações, Gonçalves teria montado uma rede de lavagem de dinheiro com a colaboração de pelo menos 14 operadores diretos, movimentando quantias superiores a R$ 10 milhões diariamente”, diz o senador em um dos requerimentos.

    Girão pediu ainda que a Polícia Federal preste informações à CPI sobre o esquema, incluindo cópia dos relatórios de inteligência financeira sobre os envolvidos, peças e despachos relacionados à investigação.