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    Alvo da PF, banco fantasma movimenta R$ 1 bilhão e dono foge do país

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    A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (4/12), a Operação Mors Futuri, voltada a desarticular grupos suspeitos de criar instituições financeiras clandestinas para captar irregularmente recursos de investidores.

    Segundo a PF, o esquema apresentava indícios de crimes contra o sistema financeiro nacional, o mercado de capitais, estelionato, organização criminosa e crimes contra a economia popular.

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    Ao todo, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Curitiba, em residências e empresas ligadas aos investigados.

    A Justiça Federal também determinou sequestro de imóveis, veículos de luxo e bloqueio de até R$ 66 milhões em contas bancárias. A medida busca garantir eventual ressarcimento às vítimas.

    Fintechs falsas e promessas irreais

    As investigações apontam que o grupo criou empresas supostamente voltadas à tecnologia, incluindo um “banco digital” de fachada, para captar poupança popular oferecendo contratos de investimento com rentabilidade fixa, baixo risco e ganhos acima do mercado.

    Para convencer as vítimas, os investigados afirmavam operar no mercado financeiro com algoritmos sofisticados e “inteligência artificial” capaz de realizar operações lucrativas.

    Na prática, diz a PF, não havia lastro nem atividade real, tratava-se de uma estrutura clássica de pirâmide financeira.

    Nenhuma das empresas possuía autorização da CVM ou do Banco Central para atuar como instituição financeira ou ofertar investimentos.

    Movimentação de mais de R$ 1 bilhão

    A PF identificou que o grupo movimentou mais de R$ 1 bilhão pelo sistema financeiro nacional, valores que não retornaram aos investidores.

    Pouco antes da interrupção dos pagamentos, os suspeitos passaram a ocultar patrimônios e abandonar as empresas.

    Fuga e prisão decretada

    O principal articulador do golpe teve prisão preventiva decretada após fugir dias antes do colapso da fraude. Segundo a PF, ele transferiu R$ 10 milhões para contas que o beneficiavam diretamente, e teria deixado o país.

    A Justiça autorizou a inclusão de seu nome na Difusão Vermelha da Interpol, permitindo buscas internacionais.

    Os envolvidos poderão responder por crimes contra o sistema financeiro nacional, crimes contra o mercado de capitais, estelionato, crimes contra a economia popular, organização criminosa e lavagem de dinheiro

    Outros crimes podem ser incluídos conforme o avanço da investigação.

    Mors Futuri

    O nome faz referência ao “banco digital” clandestino criado pelo grupo e à metáfora do destino do dinheiro investido: em vez de render, “morria no futuro”, sendo dissipado para alimentar a pirâmide e enriquecer os articuladores do golpe.