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    Dólar opera estável com Focus e tarifas da China sobre UE. Bolsa recua

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    O dólar operava perto da estabilidade, na manhã desta segunda-feira (22/12), em um dia no qual os investidores repercutem as projeções mais recentes do mercado financeiro sobre os indicadores da economia brasileira, conhecidos na nova edição do Relatório Focus, do Banco Central (BC).

    No front internacional, as atenções se voltam para a China, que anunciou tarifas comerciais temporárias sobre alguns produtos lácteos importados da União Europeia (UE), o que reavivou o temor acerca dos impactos de uma guerra comercial global.

    Dólar

    • Às 10h27, a moeda norte-americana avançava 0,12% e era negociada a R$ 5,536, praticamente estável.
    • Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,544. A mínima é de R$ 5,518.
    • Na sessão da última sexta-feira (19/12), o dólar terminou o dia em leve alta de 0,12%, cotado a R$ 5,52.
    • Com o resultado, a moeda dos Estados Unidos acumula ganhos de 3,63% em dezembro e perdas de 10,53% em 2025 frente ao real.

    Ibovespa

    • O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em baixa no início do pregão.
    • Às 10h28, o indicador recuava 0,23%, aos 158,1 mil pontos.
    • No último pregão da semana passada, o Ibovespa subiu 0,35%, aos 158,4 mil pontos.
    • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula queda de 0,38% no mês e valorização de 31,75% no ano.

    Projeção de inflação cai pela sexta vez seguida

    Analistas do mercado financeiro consultados pelo BC reduziram novamente as estimativas de inflação para este ano de 2025. Segundo o Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, a projeção da inflação recuou de 4,36% para 4,33%, na sexta queda seguida.

    Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a projeção subiu para 2,26%. Para 2026, a projeção de crescimento do PIB continua em 1,80%.

    De acordo com o relatório, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 4,33%, ante 4,36% da semana anterior.

    Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%. Como há intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.

    Em relação à taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado financeiro manteve a estimativa para o fim de 2025 em 15% ao ano.

    Para 2026, a projeção foi reduzida de 12,13% para 12,25% ao ano. Para 2027, o mercado manteve a estimativa para a Selic em 10,50% ao ano.

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    Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi mantida em 15%. A próxima reunião do colegiado está marcada para os dias 27 e 28 de janeiro.

    A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

    O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à divulgação. O boletim é divulgado, normalmente, às segundas-feiras.

    O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.

    China anuncia tarifas sobre União Europeia

    No cenário internacional, a China anunciou, nesta segunda-feira, que vai impor tarifas comerciais temporárias sobre alguns produtos lácteos importados da UE. De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério do Comércio chinês, as taxas devem variar entre 21,9% e 42,7% e entram em vigor na terça-feira (23/12).

    Uma série de produtos serão afetados, entre os quais queijos frescos e processados, queijo azul e alguns tipos de leite e creme. As autoridades de Pequim abriram uma investigação a respeito de subsídios aos produtos europeus em agosto do ano passado, atendendo a um pedido da Associação Chinesa de Laticínios. O processo deve ser concluído em fevereiro de 2026.

    Segundo o governo da China, as conclusões preliminares dessa apuração indicariam uma suposta ligação entre os subsídios e “danos substanciais” à indústria chinesa de laticínios.

    A decisão de Pequim de tarifar produtos lácteos da Europa é anunciada dias depois de Pequim ter colocado em prática tarifas sobre importações de carne suína da UE por um período de cinco anos.

    Essas tarifas entraram em vigor no último dia 17 e vão de 4,9% e 19,8%.

    EUA x Venezuela

    Ainda no âmbito externo, os investidores continuam monitorando a escalada de ameaças entre EUA e Venezuela – o que tem afetado diretamente a cotação do petróleo no mercado internacional.

    Os norte-americanos tentaram interceptar um terceiro navio petroleiro próximo à costa da Venezuela em meio ao bloqueio marítimo ordenado pelo governo de Donald Trump. As agências de notícias Reuters e Bloomberg informaram, no fim de semana, que o navio estaria ainda sendo perseguido pela Marinha dos EUA. A embarcação seria o petroleiro Bella 1, de bandeira panamenha, que havia sido alvo de sanções dos EUA.

    O jornal The New York Times publicou, nesse domingo (21/12), que as forças norte-americanas tentaram embarcar no navio, que não teria permitido a abordagem inicialmente. A situação está em desenvolvimento, segundo a publicação.

    A ação acontece após Trump anunciar que bloquearia navios “petroleiros sancionados” na região do Caribe venezuelano. A primeira apreensão de um navio venezuelano ocorreu no dia 10.

    A apreensão de navios petroleiros faz parte da ordem emitida por Trump para o bloqueio aéreo e naval à Venezuela. A medida inclui a interceptação de navios sancionados pelos norte-americanos que entrem na Venezuela ou saiam do território venezuelano transportando petróleo.

    A medida de interceptação das embarcações petrolíferas da Venezuela ocorreu diante da escalada de tensão entre os dois países. Segundo Trump, isto será feito até que o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, deixe o país.