MAIS

    ARTIGO: Lulistas, bolsonaristas e o narcisismo das pequenas diferenças (Luciano Tavares)

    Por

    Ontem assisti o Lula criticando o Willian Bonner em um ato na praça do Centro de Porto Alegre (RS). Outro dia o Bolsonaro, afirmou que, se eleito, vai cortar a verba publicitária da emissora.

    No modo de defesa e ataque, Lula e seus lulistas e Bolsonaro e seus bolsonaristas são equivalentes. Petistas acusam a Globo de golpista, fascista, direitista e elitista; os bolsominions acusam a mesma emissora de esquerdista, socialista e comunista.

    Ao mesmo tempo que proferem maldições contra a TV da família Marinho adoram aparecer grudados com globais (foi assim em um ato de artistas pró-Lula) na telinha da plim plim.

    O velho conceito freudiano “narcisismo das pequenas diferenças” revela que os embates e conflitos mais violentos ocorrem entre indivíduos e grupos que diferem muito pouco entre si. É o caso dos seguidores de Lula, que se autodenominam de esquerda, defensores da justiça, da sociedade e contra a corrupção; e das miniaturas de Bolsonaro, pregadores da direita, também defensores da justiça e contra a corrupção. Ocorre que o corrupto é sempre o outro.

    Os petistas escracham a corrupção tucana, Aécio, Temer, PMDB e cia, e não aceitam jamais qualquer ligação de corrupção a Lula. Os bolsominions igualmente usam os mesmo personagens acrescentando Lula na lista de seus desafetos.

    Lulistas e bolsonaristas não são tão diferentes assim. Eles possuem seus “Messias incorruptíveis”, e a única linha que os separa é um cordão de policiais na avenida Paulista para impedir um eventual conflito.

    Jornalista Luciano Tavares

    Rio Branco-Acre