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    EmpatepelaAmazônia: em defesa das florestas e pelos povos da mata !

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    Durante as últimas duas semanas, iniciou-se na cidade de Rio Branco/AC uma extensa programação de atos em defesa da Amazônia, intervenções artísticas e bate papo com a população pelas ruas da cidade e em espaços escolares.

    Foto: Cassiano Márquez
    Foto: Cassiano Márquez
    Foto: Cassiano Márquez

    O chamamento coletivo denominado Empate pela Amazônia tem como objetivo unir aquelxs que vêem a luta pela floresta em pé como uma luta comum, abrangendo uma diversidade de pessoas e coletivos motivadxs em fortalecer e atuar em cima de uma agenda positiva de propostas de conscientização socioambiental da população.

    Foto: Cassiano Márquez

    O resgate do termo Empate tem como referência principal a estratégia de resistência pacífica adotada por seringueirxs no Acre em um movimento liderado por Wilson Pinheiro, Chico Mendes e outros companheirxs que buscavam impedir o desmatamento da Floresta, organizando ações em que mulheres, homens e crianças iam juntxs até áreas que teriam suas árvores cortadas e se colocavam desarmadxs em frente aos peões e jagunços de fazendeiros que fariam a derrubada da mata. Além de impedirem o corte das árvores, xs seringueirxs buscavam com isso mostrar aos peões que o desmate prejudicaria também a eles próprios e que a luta pela floresta em pé se tratava de uma luta comum. Empate é resistência! Empate é chamamento coletivo para uma luta comum !

    Foto: Sérgio Vale

    Inspiradxs pela luta dos povos da floresta, o chamamento para os Empates pela Amazônia busca questionar, ouvir, alertar e informar as pessoas com dados sobre o aumento das queimadas e do desmatamento no Acre e na Amazônia como um todo, chamando atenção para os riscos a saúde que a fumaça representa, para os efeitos das mudanças climáticas em nossa vida cotidiana, para o desmonte em curso das leis ambientais e para as consequências da política de incentivo ao agronegócio atualmente adotada pelxs governantes políticos do país.

    Foto: Sérgio Vale

    Tendo seu início no dia 23 de agosto durante o campeonato de poesia socioambiental Slam Amazônia, a programação dos Empates incluiu dois grandes atos em defesa das florestas onde uma faixa de cerca de 30 m foi instalada na ponte metálica do Centro da cidade com os dizeres “EMPATE PELA AMAZÔNIA”.

    Foto: Sérgio Vale

    Além dos atos, ao longo dos dias houve uma sequência de intervenções poéticas e cênicas no Terminal Urbano, pitstops nos semáforos, reuniões e debates ambientais, exibição do filme “Empate”, shows de música, peça de teatro na Usina de Artes, entrega de carta em defesa das florestas ao Ministério Público Federal e produção de imagens, textos e zines didáticos. Além dessas atividades, realizou-se também rodas de conversa de educação socioambiental para 150 crianças de ensino fundamental da escola municipal Chico Mendes, aonde o corpo docente da escola e a equipe do Comitê Chico Mendes já vem há alguns anos fazendo um contínuo trabalho de educação socioambiental com xs alunxs. Os dois dias de Empate pela Amazônia nas Escolas foram regados com muita música, poesia, palhaçaria, rodas de dança, cantoria, alegria, luta e resistência, relembrando o legado de Chico Mendes e do movimento de Aliança dos Povos da Floresta.

    A agenda de ontem (05/09), dia oficial da Amazônia, contou com um grande ato que se concentrou as 16 hrs no Palácio Rio Branco e rumou para a Praça dos Povos da Floresta, onde se encontra a estátua em homenagem a Chico Mendes. Agitado pelo som dos tambores e da força do maracatu, o ato contou com performances cênicas, intervenções poéticas e importantes falas sobre a importância da continuidade da luta pela floresta em pé, contra o desmatamento, as queimadas e o ritmo acelerado das mudanças climáticas.

    Foto: Sérgio Vale

    Dando sequência a programação, domingo (08/09), as 17 hrs, no Cacimbão haverá o evento Cacimbão pela Amazônia, com shows do Los Porongas, Benvindo ao Pacífico (RO), Camila Cabeça, TRZ CREW e Poetas Vivos.

    Aguardem as próximas programações, uma vez que a luta pela floresta em pé e pelos povos da mata é permanente e contínua porque… SEM FLORESTA NÃO HÁ FUTURO!