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    Acre vive cenário de guerra com 22 mortes nos primeiros 16 dias de janeiro

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    O cenário vivenciado no Acre é similar ao de uma guerra. No mapa do crime, pelo menos 22 pessoas foram mortas no Estado nos últimos 16 dias de janeiro. Enquanto isso, a Segurança Pública segue realizando operações nas principais ruas da parte central de Rio Branco, a capital, sem efeitos práticos.

    O primeiro crime registrado em 2020 foi da adolescente Amanda Silva Barbosa, 17 anos. Ela foi morta no Santa Inês quando se deslocava para a residência de uma amiga. “Cabulosa”, como era conhecida no mundo do crime, foi morta com dois disparos de arma de fogo e 12 facadas.  

    Ainda no dia 1º de janeiro, Bismarque Araújo Silva foi morto em Porto Walter, na Comunidade Rio Cruzeiro do Vale. 

    Na madrugada do dia 3, o detento do semiaberto, Felipe Ramon, foi assassinado em casa, na Cidade do Povo, enquanto dormia. Ele levou pelo menos 12 tiros. 

    Mas, o cenário de mortes não para por aí. No mesmo dia, por volta das 11 horas da manhã, Rosemilda Oliveira da Silva, 26 anos, foi executada da frente da filha e da irmã, na Cidade do Povo. 

    Dia 5 de janeiro foi marcado por um duplo assassinato. Roselho dos Santos Moura foi sequestrado no Tancredo Neves por membros de uma facção e levado à Estrada do Mutum, zona rural de Rio Branco, e lá foi executado. Ele teve as orelhas decepadas. No mesmo dia, Ítalo da Silva Charife, 20 ano, foi morto no bairro Conquista. Ele foi alvejado por disparos efetuados por criminosos que estavam em um veículo de cor branca. 

    Já no dia 6, foi ceifada a vida de Antônio Hudesson Pereira. Ele foi encontrado sem vida no Bairro Jardim Primavera, município de Sena Madureira. 

    Sem trégua, o crime fez mais uma vítima. No dia 7 de janeiro Stanley Fernandes, 20 anos, foi abatido com cinco disparos de arma de fogo em um quarteirão localizado na Rua Vitória, no bairro Conquista, em Rio Branco. Ele atuava como “olheiro” de uma facção e foi morto ao tentar descobrir se faccionados rivais estavam morando no local. 

    Outros quatro casos chamaram a atenção. Quatro criminosos foram abatidos por agentes da segurança. O primeiro caso se deu no bairro João Eduardo II. Um adolescente identificado como Davi tentou assaltar uma família. A vítima, um agente da Segurança Pública, reagiu e o infrator foi morto. Os outros dois casos se deram em confronto com a Polícia Militar. Criminosos se deram mal após um assalto frustrado. Eles tentaram se refugiar em uma chácara e atiraram contra a guarnição que fazia o atendimento da ocorrência. Dois morreram. O quarto criminoso a ser morto por um agente de segurança se deu na empresa Pedra Norte. Criminosos tentaram assaltar o local e um dos bandidos foi morto pelo vigilante. 

    No dia 9 de janeiro, Dangêla Maria de Souza, 53 anos, foi executada na Rua das Mangueiras, região do Vitória. Ela foi morta na frente do marido e dos filhos. A família dormia quando teve a casa invadida por três criminosos. Ela foi morta com um tiro na cabeça.

    Fechando o dia 10, a vítima foi Francisco Neri de Freitas, 42 anos, o “Toquinho”, foi executado na Travessa da Pista, região da Baixada da Sobral, próximo ao Hospital de Saúde Mental do Acre. Ele foi executado ao não responder ao questionamento de faccionados. Tudo indica que Toquinho estava embriagado e não teve forças para responder aos criminosos. Os bandidos fugiram da cena do crime pulando o muro de acesso ao Hosmac.

    Ainda no dia 10, o comerciante José Isaías Pereira, de 60 anos, conhecido como “Zé Forte”, Epitaciolândia, foi surpreendido por criminosos que após roubá-lo atiraram contra a vítima. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu minutos depois. 

    Mais duas mortes violentas foram registradas no Acre. Uma no dia 10 e outra no dia 12. Trata-se de dois assaltantes. O primeiro caso se deu em Cruzeiro do Sul, na rodovia 405. O nome do criminoso morto não foi divulgado. O outro caso deu no Rosalinda, em Rio Branco. Em uma troca de tiros, mais um assaltante veio a óbito. Até aqui foram 16 mortes violentas.

    Entretanto, a saga de mortes violentas continua. No dia 13 de janeiro, Oseias da Silva foi morto no Ramal das Bananeiras, em Rodrigues Alves. 

    No dia 14 foram dois homicídios em municípios distintos. João Vitor Sales de Lima, 16 anos, foi encontrado morto dentro do Igarapé São José, em Manuel Urbano. Ele teve o corpo esquartejado. O segundo caso foi registrado em Rio Branco. Trata-se do de Antônio José Bernardo de Oliveira, 29 anos. Ele foi executado com um disparo de arma de fogo na Cidade do Povo.

    Fechando o rastro de sangue que banha o Acre, um casal foi executado na madrugada de ontem, 16, no Ramal do Macarrão. O crime chamou a atenção pelo grau de crueldade empregado contra as vítimas. Após serem executadas a tiros, elas tiveram os membros cortados com terçado. Tereza da Silva Santos e Cosmo Ribeiro Moura, 43 anos, foram mortos após terem a casa deles invadidas por criminosos. A princípio se trabalha com a hipótese de latrocínio, ou seja, seja roubo seguido de morte. Os bandidos tentaram roubar o carro da vítima. 

    No final da noite de ontem, o conselheiro do Bonde dos 13, Antônio José de Oliveira, o Japonês, foi morto em frente a UPA da Cidade do Povo. Ele levou 15 tiros. A morte dele foi decretada após haver denúncia dentro da facção de que ele estava desviando dinheiro das mensalidades cobradas a comerciantes na região. O Bonde dos 13 assumiu a autoria do crime.

    Por Notícias da Hora