A Rússia e a Belarus ampliaram os exercícios militares que deveriam terminar neste domingo (20), disse o ministro da Defesa da Belarus, em uma medida que intensifica ainda mais a pressão sobre a Ucrânia, enquanto líderes ocidentais alertam para um iminente ataque russo.
A decisão de estender os exercícios foi tomada devido à atividade militar perto das fronteiras da Rússia e da Belarus e uma escalada da situação na região de Donbass, no leste da Ucrânia, disse o Ministério da Defesa da Belarus em comunicado.
A Otan afirma que a Rússia tem até 30 mil soldados na Belarus e pode usá-los como parte de uma força de invasão para atacar a Ucrânia, que fica ao sul do país. Moscou nega tal intenção. O Kremlin não comentou os exercícios na Belarus.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as repetidas advertências do Ocidente de que a Rússia está prestes a invadir a Ucrânia são provocativas e podem ter consequências adversas, sem fornecer detalhes.
A Rússia e seus aliados apontam que a Ucrânia e o Ocidente aumentam as tensões ao enviar reforços da Otan para a Europa Oriental.
O ministro da Defesa da Belarus, Viktor Khrenin, disse que o foco dos exercícios estendidos era “garantir uma resposta adequada e diminuir a escalada dos preparativos militares de mal-intencionados perto de nossas fronteiras comuns”.
Os países ocidentais preparam sanções que, segundo eles, seriam de amplo alcance contra empresas e indivíduos russos em caso de invasão.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou em uma entrevista transmitida pela BBC neste domingo que tais sanções “atingiriam muito, muito duramente” e poderiam incluir restrições ao acesso de empresas russas ao dólar e à libra.