Um estudo aponta que duas em cada três mortes de bebês de até um ano, no Brasil, poderiam ser evitadas por meio do acesso à atenção básica de saúde, da amamentação e da vacinação.
Os dados são do Observatório de Saúde da Infância, que reúne pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase).
Segundo o levantamento, nos últimos três anos, o país registrou uma média de 22 mil mortes anuais de bebês de até um ano.
Cristiano Boccolini, que atua no Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), afirma que países desenvolvidos têm uma taxa de mortalidade nessa faixa etária de dois óbitos para mil nascimentos.
No entanto, o Brasil soma 11,87 por mil.
Para calcular as mortes evitáveis, por meio do cruzamento de bases de dados próprias e do governo federal, o Observatório de Saúde na Infância listou problemas que poderiam ser contidos pelo atendimento na rede básica de saúde, desde o pré-natal até diagnóstico e tratamento, como diarreia, doenças para quais já existem vacinas, pneumonia e infecções no nascimento.
“Cerca de 40% dos óbitos poderiam ser evitados com pré-natal adequado, desde a cobertura à melhor qualidade. Em torno de 15% poderiam ser evitadas com adequadas ações de atenção básica, como diagnóstico e tratamento de pneumonia e diarreia, provimento de alimentação adequada e vacinação”, pontuou à CNN.