A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) afirmou nesse domingo (16/11) que o Exército israelense abriu fogo contra seus integrantes no sul do país, sem deixar feridos. A missão pediu que Israel cesse qualquer ataque contra os capacetes azuis.
Segundo comunicado da Finul, rajadas de metralhadora disparadas por um tanque Merkava atingiram o solo a cerca de cinco metros dos militares que patrulhavam a pé. Os soldados tiveram de se abrigar e só conseguiram deixar a área meia hora depois, quando o tanque se afastou.
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Os disparos vieram de uma das seis posições ocupadas pelo Exército israelense durante a guerra travada há um ano no setor oriental do sul do Líbano.
A Finul declarou que o episódio representa “grave violação” da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que encerrou a guerra de 2006 entre Israel e Hezbollah. O texto exige que Israel ponha fim a qualquer atitude agressiva contra os capacetes azuis.
“Suspeitos”
O Exército israelense alegou ter confundido os soldados da ONU com “suspeitos” devido às más condições meteorológicas. Disse que os disparos foram de advertência e que, após verificação, constatou-se tratar de uma patrulha da Finul. “Nenhum tiro deliberado foi dirigido contra os soldados”, afirmou em comunicado, acrescentando que o caso está sob investigação.
O ataque ocorre menos de 48 horas após a Finul publicar relatório acusando Israel de construir muros em território libanês. Em outubro, a ONU e a França já haviam denunciado disparos israelenses próximos a tropas da missão. Em setembro, a Finul relatou que drones israelenses lançaram quatro granadas perto de suas posições; Israel negou intenção de atacar.
Apesar do cessar-fogo, o Exército israelense mantém cinco posições no sul do Líbano, na fronteira com o norte de Israel, e realiza ataques regulares alegando ter como alvo o Hezbollah.
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