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    Com saca vendida a R$150, preço da farinha tem aumento de mais de 114% em Cruzeiro do Sul

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    Um dos principais produtos que movimentam a economia de Cruzeiro do Sul, a farinha de mandioca, teve uma alta elevação no valor de venda neste mês de junho. A saca de 50 quilos da farinha de qualidade, que há três meses custava aproximadamente R$70 reais, agora é encontrada no mercado por  R$150 a R$170, um acréscimo de mais de 114%. O presidente da Cooperativa Agrícola Mista dos Produtores de Cruzeiro do Sul (Camprucsul), Elson Pereira, atribui a alta do preço a dois fatores: a dificuldade na produção e compra em razão da pandemia do Covid e a necessidade de valorização da mão de obra do produtor.

    De acordo com Elson Pereira, a cooperativa teve a iniciativa de valorizar a mão de obra do produtor, ao verificar que os prejuízos estavam sendo maiores que os lucros.

    “Percebemos que o produtor estava pagando para trabalhar, pois não é justo com todo trabalho e despesa que eles têm para fazer a farinha, venderem por esse preço tão baixo. Começamos a comprar deles por R$100. Isso automaticamente aumenta o preço, e o marreteiro começou a comprar com um preço melhor também. O objetivo da cooperativa é sempre valorizar o produtor. Não é um preço abusivo, está sendo valorizado o trabalho e a despesa”, enfatizou.

    O Presidente da cooperativa explicou que com a Covid-19, muitos produtores estão encontrando dificuldades para ter acesso na cidade e realizar as vendas, e deram preferência a parar a produção.

    “Foram essas duas situações que fizeram o preço aumentar, primeiro para valorizar a mão de obra, e segundo que tudo parou, pois o produtor não quer fazer a farinha porque não ter para quem vender. Não temos contato com alguns, pois não podemos visita-los devido a pandemia, muitas comunidades estão fechadas. Então dificultou o abastecimento”, completou.

    Produzida nos municípios de Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul, a farinha de Cruzeiro do Sul, como ficou conhecida, é a primeira farinha de mandioca com Indicação Geográfica (IG) no mundo. Atualmente a farinha de Cruzeiro do Sul é  exportada para outros estados do país. A Central Juruá recebe e comercializa a produção de agricultores da região que estão organizados em quatro cooperativas associadas, entre elas a Camprucsul.

    Por Vanisia Nery