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    Presidente colombiano surpreende pela ousadia ao trocar cúpula militar

    Por Guga Noblat

    Mesmo que a Colômbia pareça exceção numa América Latina com um passado de ditaduras militares (o último golpe por lá foi em 1953), onde os quartéis continuam a exigir deferência e a se envolver na política, chama a atenção pela ousadia a atitude do novo presidente Gustavo Petro. Com menos de uma semana no cargo, ele trocou o Alto-Comando das Forças Armadas, estabelecendo uma regra simples: só podem integrá-lo aqueles que não tiverem nenhum registro de violação dos direitos humanos ou corrupção.

    As trocas, somadas a mudanças por outros motivos, despacharam para a reserva 22 generais da Polícia Nacional, 16 do Exército, sete da Marinha e três da Aeronáutica. Petro pôs à frente das Forças Armadas e da polícia uma nova geração de oficiais, subordinados ao ministro da Defesa, Ivan Velásquez, um defensor dos direitos humanos conhecido pelas denúncias judiciais contra o ex-presidente Álvaro Uribe, que esteve no poder entre 2002 e 2010. Colocou no comando do Exército o general Helder Giraldo, doutor em Direito Internacional Humanitário que criou programas nessa área para os militares.

    Mesmo com todos os problemas com guerrilhas, paramilitares de extrema direita e narcotráfico, a Colômbia tem uma tradição de estabilidade econômica e institucional. Com o novo comando militar, Petro espera conter a violência que persiste mesmo depois do acordo de desmobilização firmado em 2016 pelos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com o governo de Juan Manuel Santos. Desde a assinatura do acordo, foram assassinados 1.340 líderes sindicais (115 só neste ano).

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