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    Em sessão com a presença de militantes históricos, Assembleia celebra o centenário do PCdoB

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    Por Assessoria

    A pedido do deputado Edvaldo Magalhães, a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) realizou, nesta quinta-feira (17), uma sessão solene em alusão aos 100 anos do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB. No próximo dia 25, a sigla completa o seu centenário. 

    O presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Acre, Jenilson Leite (PSB) disse que o Partido Comunista do Brasil tem uma história de luta ao lado do povo brasileiro e no Acre não é diferente. “Hoje, no nosso estado tem uma história de luta, a luta dos trabalhadores nos mais diferentes momentos em que foi preciso fazer a batalha pelos que menos tem, foi feita essa luta”.

    O autor do requerimento, deputado Edvaldo Magalhães, lembrou a trajetória de luta do PCdoB no Brasil e no Acre. O parlamentar lembrou nomes importantes para o Partido como Manoel Pacífico da Costa, primeiro deputado estadual do partido, Sérgio Taboada, Eduardo Farias, Moisés Diniz e Jenilson Leite. Ao lembrar de Taboada, Edvaldo destacou a lei aprovada na Assembleia que cria a Comenda de Cultura Sérgio Taboada. 

    “Recentemente essa legislatura, todos votaram a favor, instituiu a Comenda de Cultura Sérgio Taboada e em breve vamos estar regulamentando isso, em homenagem ao deputado que foi o autor da primeira Lei de Cultura do Estado do Acre”, disse Edvaldo.

    O deputado comunista destacou o apoio do MDB para o reconhecimento e afirmação do PCdoB como partido no Acre. Edvaldo Magalhães agradeceu ao vice-presidente do MDB, José Eugênio, o Macapá, por prestigiar a sessão e pela fala em defesa da democracia e da liberdade de expressão.

    Ainda de acordo com Edvaldo Magalhães, a Assembleia foi o lugar de muitas lutas travadas. “Muitas vezes ocupando as galerias, ocupando os arredores com os movimentos sociais. Nós fazemos parte do legislativo acreano. Neste 100 anos, o Brasil é testemunha da contribuição que o PCdoB tem dado na defesa do País, no seu desenvolvimento autônomo. Quando o tempo fica escuro, o PCdoB é defensor das amplas liberdades, da cultura, da diversidade. Essa sessão tem um simbolismo e um significado profundo na vida de muitos de nós”.

    O vice-presidente do MDB, José Eugênio Leão Braga, o Macapá, representando o deputado federal Flaviano Melo, presidente da sigla no Acre, não descartou uma aliança entre o PCdoB e MDB nas eleições deste ano. O PCdoB tem relações históricas com o MDB no Acre. 

    “Eu sou fundador do MDB. Eu sou o único fundador do MDB vivo e atuante. PCdoB do nosso companheiro, foi nosso coligado e sempre recebeu de nós o carinho e o respeito. Nunca troquei de partido, mas se vier trocar é o PCdoB. Apesar da divergência ideológica, nós temos o carinho por eles, Edvaldo e Perpétua. Não está difícil de irmos para o segundo turno com PCdoB. Se depender de nós, vai ser com o PCdoB”, disse o dirigente partidário.

    Nilson Euclides, representante do PSOL e pré-candidato ao governo do Acre, disse que a nova geração que compõem os partidos de esquerda são “a continuidade da história de defesa da democracia. Eu estou muito orgulhoso de ter sido convidado”. 

    Jenilson Leite disse que a sessão solene, que reuniu lideranças partidárias de várias siglas, pode ser o começo de uma nova aliança para o Acre. “Se a gente olhar, em diferentes momentos, o PCdoB ajudou a resolver uma série de dificuldades que resultaram em projetos vitoriosos que ajudaram o nosso povo. Essa sessão solene parece um começo”.

    O senador Sérgio Petecão, presidente do PSD, disse que o PCdoB é uma escola. “O PCdoB é uma boa escola, que forma bons quadros”. Ele aproveitou para dizer que é tempo de união. “Em tempos escuros, a gente tem que estar próximo. E o tempo está muito escuro. Eu não fico feliz com isso. Eu não comemoro isso. Por mais que eu esteja em lado oposto ao governo, eu não comemoro isso. A situação está muito ruim, mas pode piorar. Estamos aí diante de um grande desafio que requer que baixemos as armas e coloquemos o coração, com o amor que temos pelo Acre. Aqui no nosso estado nós estamos perdemos a paz, que era um dos maiores patrimônios que tínhamos o Acre”, ao ser referir à Operação Ptolomeu, deflagrada em dezembro pela Polícia Federal e ao cenário de violência que o Acre enfrenta nos últimos anos.

    O deputado Luís Tchê, representando o PDT, disse que são 100 anos de luta em defesa da democracia do Brasil. “O PCdoB é uma fonte motivadora para todos nós”. Tchê lembrou o trabalho de Edvaldo Magalhães quando presidiu a Assembleia Legislativa do Acre. “Como presidente desta Casa, reconstruiu a Assembleia Legislativa. A ‘Assembleia Aberta’ visitou todos os municípios do nosso estado”, lembrou.

    O primeiro deputado estadual do PCdoB, Manoel Pacífico, disse que o MDB foi um guarda-chuva para o partido no Acre. Ele definiu àquele movimento como “uma frente democrática”, “um caminho novo” e “democrático” e que os trabalhadores passaram a ser organizar para enfrentar as oligarquias.

    “Esse papel que desempenha o PCdoB é importante pra nós. Hoje, acho que nós temos que referenciar essa história do PCdoB. A previsão é que nós tenhamos uma renovação política. Quem não enxergava no nosso país, está enxergando. Vi no jornal que em São Paulo o presidente Lula está com 45% e Bolsonaro 25%. Se isso está acontecendo em São Paulo, isso está ocorrendo no Brasil inteiro”, disse Manoel Pacífico.

    A deputada federal, Perpétua Almeida, lembrou nomes como de Rita Batista, Sergio Taboada, Eliana, Sidenir, Maria Batista, Joao Bosco, Carlos Alberto, Eurico Paz, Arimatéia e Hilton Gomes (Cash), que ajudaram a construir o PCdoB do Acre. “Sem eles, nós não estaríamos aqui. São 100 anos de amor e coragem pelo Brasil. Ninguém fica em um partido se não tiver amor por ele”.

    Perpétua Almeida disse ainda que Bolsonaro não tem moral para levantar a bandeira brasileira. “Um presidente que ama seu país não deixa o seu povo pagar uma cesta básica tão cara. O governo Bolsonaro colocou o Brasil no mapa da fome, que o presidente Lula tinha tirado. A Petrobras é dos brasileiros, não é dos acionistas. O PCdoB vai seguir até o fim: fora Bolsonaro”.

    O ex-senador Jorge Viana destacou que a história do PCdoB é parte da vida pública dele. Jorge Viana não deixou de fazer um conclame aos presentes para se unirem visando a criação de uma frente partidária para lutar contra o bolsonarismo e o Palácio Rio Branco. 

    “Se eu pudesse, eu sensibilizaria a todos que tem compromisso com o lado humano, com as pessoas, que pode menos e abrirmos mão de muita coisa e trazer de volta a esperança, a boa política, em uma ampla frente”, defendeu.

    Representando os diretórios municipais, Eriton Maia, presidente do PCdoB de Mâncio Lima, disse “vivemos momentos difíceis e tenebrosos”, mas são nestes momentos “que o PCdoB se agiganta”.

    Therezinha Fernandes, vereadora de Rodrigues Alves, afirmou que o PCdoB vai continuar na defesa do Brasil. “O PCdoB tem muita força e coragem para continuar lutando pelo nosso povo”.

    Encerrando a sessão, o presidente estadual do PCdoB, Eduardo Farias, contou um pouco da história do partido desde a época da sua fundação, sob o guarda-chuva do MDB. 

    “O PCdoB é um partido, mas acima de tudo uma ideia forte, um pensamento. O PCdoB nasce como um instrumento de luta daquela época. É um partido que sempre esteve ligado, antenado aos anseios do nosso povo. Não se chega aos 100 anos com uma ideia tão forte, se não tiver apoiada em muita gente. Nesses 100 anos esteve ao lado aos mais íntimos anseios do povo acreano e do povo brasileiro”, disse Eduardo Farias.